Um enxame de tornados no meio-oeste e no sul dos EUA, incomuns nesta quadra do ano, arrasou comunidades inteiras no final de semana e causou quase 100 mortos em cinco Estados.
O maior estrago foi em Kentucky, com seu governador, Andy Beshear, apontando-o à CNN como o “pior” que o Estado já viu. Há milhares desabrigados e 50 mil estão sem energia.
“Eu sei que perdemos mais de 80 kentuckianos. Esse número vai ultrapassar mais de 100”, deplorou o governador, em entrevista à CNN no domingo (12).
Restos de edifícios destruídos e árvores arrancadas cobriram o solo em Mayfield, uma cidade de cerca de 10.000 habitantes no oeste de Kentucky. Chapas de metal retorcidas, linhas de energia caídas e veículos destruídos alinhavam-se nas ruas.
Em quatro outros Estados são pelo menos 14 mortos: seis em Illinois, onde um centro de distribuição da Amazon em Edwardsville foi atingido; quatro no Tennessee; dois em Arkansas, onde uma casa de saúde foi destruída; e dois no Missouri.
“Eu tenho cidades que acabaram, que simplesmente, quero dizer, acabaram. A cidade natal do meu pai – metade dela não está de pé. Para mim, é difícil descrever”, disse o governador Beshear. “Eu sei que as pessoas podem ver o visual, mas isso se prolonga por 12 quarteirões ou mais em alguns desses lugares”.
Ele traçou um quadro das dificuldades enfrentadas pelas equipes de resgate. “Você acha que pode ir de porta em porta para verificar as pessoas e ver se estão bem – e não há portas. A questão é: alguém está nos escombros de milhares e milhares de estruturas?”. “É devastador.”
Uma fábrica de enfeites de Natal em Mansfield foi atingida em cheio e as equipes de socorro tiveram – na descrição da Associated Press – de rastejar sobre os mortos em uma cena de desastre que cheirava a velas perfumadas.
40 das 110 pessoas que estavam dentro da fábrica foram retiradas logo após a passagem do tornado. Na manhã de domingo, já haviam passado mais de 24 horas desde que alguém fora encontrado vivo.
“Será um milagre se tirarmos mais alguém disso. Agora tem 15 pés de profundidade de aço e carros no topo de onde ficava o telhado”, disse o governador. “Apenas difícil.”
Uma operária sobrevivente relatou que o namorado dela da fábrica estava a cerca de 3 metros em um corredor, quando alguém gritou e ela viu o céu e relâmpagos “onde antes havia uma parede”. Ele havia desaparecido. “Lembro-me de tirar os olhos dele por um segundo, e então ele se foi. Não sei para onde ele foi, não tenho ideia”, disse ela.
