
Ao menos três menores salvadorenhas de 12 a 17 anos foram estupradas por seus “cuidadores” dentro de um albergue para imigrantes nos Estados Unidos, a partir da política de “tolerância zero” adotada por Donald Trump. Separadas dos pais, as meninas foram submetidas a todo tipo de sevícias.
“Confirmamos os três casos no Arizona. São violações sexuais, abusos sexuais realizados pelos próprios cuidadores dos albergues, é disso que se trata. São de inteira responsabilidade das autoridades dos EUA”, declarou Liduvina Magarín, vice-ministra para Salvadorenhos no Exterior. Conforme a ministra, “em geral as meninas estão bem de saúde, porém precisam de assistência psicológica e emocional”.
O governo de El Salvador informou que “está atuando e seguindo de perto todo o processo”, prestando o apoio às famílias, que agora “devem decidir” sobre os próximos passos a seguir. “Estamos trabalhando também para que as famílias se reunifiquem, para tirar as crianças e adolescentes desta vulnerabilidade de serem abusadas. Estarão melhor unidos com as suas famílias”, acrescentou.
De acordo com o arcebispo da capital, San Salvador, monsenhor José Luis Escobar Alas, não é preciso condenar tão somente os abusos sexuais praticados contra os menores, como “todo o conjunto de atropelos, a separação de seus familiares”. “São lugares que não reúnem as mínimas condições para proteger a sua saúde”, advertiu o monsenhor, recordando que há pouco inclusive morreu uma criança dentro destes albergues.
O arcebispo sublinhou que todas as pessoas têm o direito a emigrar e condenou que se estejam violando os direitos fundamentais das pessoas, principalmente os Estados Unidos, que “é um país de migrantes, que com exceção de um poucos nativos os demais são migrantes”. “Não quero seguir falando, isso indigna, essas notícias indignam”, concluiu.
Em meados de julho, a diretora geral de Migração de El Salvador, Evelyn Marroquín, disse que haviam retornado ao país tão somente seis crianças de um total de 145 menores separados dos pais na fronteira Sul dos EUA.