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Trabalhadores fizeram ato de protesto em São Paulo contra a retirada de direitos
A ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Kátia Arruda, marcou para a próxima sexta-feira (11) uma audiência de conciliação entre os trabalhadores dos Correios e a direção da estatal. A expectativa é que se chegue a uma solução sobre o acordo coletivo dos trabalhadores, que estão em greve desde 17 de agosto contra a retirada de direitos.
Para a Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (FENTECT) “a política do general Floriano Peixoto de inflexibilidade e retirada de direitos não permitiu que chegássemos a um acordo. A greve continua forte e a FENTECT orienta os sindicatos e trabalhadores continuarem intensificando enquanto não tivermos uma proposta de manutenção dos nossos direitos apontados no horizonte”, afirmou.
Antes da definição da ministra Kátia Arruda como relatora do Dissídio Coletivo, aconteceram duas audiências de conciliação entre a empresa e os trabalhadores, cuja diretoria da estatal se mostrou inflexível nas negociações com a categoria.
“Nós temos a expectativa que a diretoria dos Correios possa recuar e manter as cláusulas do nosso contrato, mas infelizmente a direção dos Correios vem se comportando de forma irresponsável e foi justamente isso que levou à greve dos trabalhadores”, afirma a Federação Interestadual dos Trabalhadores da ECT (Findect).
A categoria tem se mantido mobilizada e construindo diversas atividades para dialogar com os trabalhadores e com a população sobre a importância da greve, para defender os direitos conquistados, mas também como forma de demonstrar a importância da estatal e os perigos de sua privatização, como já anunciado pelo governo.
Ato Solidário
Nesta terça-feira (08), os sindicatos de trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT-Correios) no estado de São Paulo organizaram um ato que reuniu lideranças sindicais de todo o estado em frente ao centro de distribuição CTP Jaguaré para pressionar a direção da empresa e o governo pela manutenção dos direitos da categoria presentes no último acordo coletivo e dialogar com à população. O ato solidário arrecadou alimentos para doar a pessoas em situação de maior vulnerabilidade.
Além dos Sindicatos do estado participaram a FINDECT e a FENTECT, dirigentes da CTB, da CSP-Conlutas, da Intersindical, da CUT e apoio da UGT.
O Sindicato dos Trabalhadores da ECT de São Paulo (Sintect-SP) denuncia que a estatal quer impor “a maior derrota da história aos ecetistas, com a destruição do Acordo Coletivo e o roubo de todos os direitos conquistados ao longo de 35 anos de lutas”.
“É preciso continuar resistindo ao que a direção da ECT já anunciou que quer fazer, que é acabar com o Acordo Coletivo, tirar tudo, bater a carteira da categoria e cortar a renda mensal pela metade, além de enxugar, vender a empresa e entregar o serviço postal”, diz a entidade.
“Como é possível não ir à luta frente à ameaça de perder o Acordo Coletivo, os direitos e ter a renda mensal reduzida pela metade?”, continua.
Em meio à pandemia, a categoria resiste às agressões do governo Bolsonaro, que pretende cortar 70 das 79 cláusulas presentes no acordo coletivo de trabalho. “A direção da empresa achou que a categoria não conseguiria fazer uma grande greve em meio à pandemia, com todas as dificuldades existentes de organização e mobilização. Mas errou. A greve veio, está na maior parte dos setores em todo o país, está nas redes sociais e nas ruas, segue forte e vai crescer com a participação de todos”, conclui o Sintect-SP.