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A União Nacional dos Estudantes (UNE) aprovou um calendário de mobilizações para os próximos dias contra o confisco de R$ 328,5 milhões de reais das universidades federais anunciado por Bolsonaro às vésperas do primeiro turno da eleição.
Por decreto, o governo determinou novo contingenciamento no Ministério da Educação, com um corte de 5,8% no orçamento da pasta. A redução compromete o empenho de despesas das universidades no valor de R$ 328,5 milhões e dos colégios federais no valor de R$ 147 milhões.
Contra o assalto às universidades, a UNE convoca mobilizações nas universidades entre os próximos dias 10 e 17 de outubro e mobilização nacional para 18 de outubro.
“Bolsonaro está roubando dinheiro da Educação para colocar na sua campanha fracassada. Só que os estudantes já estão se mobilizando nas universidades a partir das assembleias, nas salas de aula, a partir das movimentações que nós vamos efervescer em todo o Brasil contra o inimigo número um da educação”, disse a presidente da UNE, Bruna Brelaz, em vídeo divulgado nas redes sociais.
Para a UNE, defender as instituições de ensino dos ataques do governo Bolsonaro é uma tarefa urgente. “Precisamos reverter os cortes e garantir o funcionamento e manutenção das nossas universidades”, diz a entidade em convocatória publicada nas redes sociais.
“A nossa resposta pode ser com muita mobilização de rua e também no dia 30 de outubro nas urnas, colocando de uma vez por todas Bolsonaro na lata do lixo da história”, conclamou a presidente da UNE.
Com o novo corte, o total de verbas retiradas das universidades federais, apenas este ano, já soma R$ 763 milhões. Nas unidades federais de educação básica, a redução chega a R$ 300 milhões.
Em nota, a Andifes salientou que o funcionamento das universidades já estava comprometido devido aos cortes anteriores e que a situação fica ainda mais preocupante. “A diretoria da Andifes, que já buscava reverter os bloqueios anteriores para o restabelecimento do orçamento aprovado para 2022, sem os quais o funcionamento das universidades já estava comprometido, aduziu que este novo contingenciamento coloca em risco todo o sistema das universidades”, afirma a entidade, em nota.
Diante do cenário vivenciado pelas universidades, a diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) convocou, para esta quinta-feira (6/10), uma reunião extraordinária de seu conselho pleno para discutir o contexto e debater as ações e providências.
O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) denunciou que os cortes afetarão diretamente os recursos da assistência estudantil e que terão impacto principalmente na permanência dos estudantes de baixa renda.
“Transporte, alimentação, internet, chip de celular, bolsas de estudo, dentre outros tantos elementos essenciais para o aluno não poderão mais ser custeados pelos Institutos Federais, pelos Cefets e Colégio Pedro II, diante do ocorrido. Serviços essenciais de limpeza e segurança serão descontinuados, comprometendo ainda as atividades laboratoriais e de campo, culminando no desemprego e na precarização dos projetos educacionais, em um momento de tentativa de aquecimento econômico e retomada das atividades educacionais presenciais no pós-pandemia”, denunciou o Conif em sua nota.