Questionado sobre suas propostas para saúde, o candidato a governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), criticou, durante entrevista ao DF2 da Rede Globo, a preferência da atual gestão com planos privados ao invés de investimento no serviço público.
“Nós temos uma situação dos servidores públicos muito caótica. E está se gastando muito com o pagamento de plano de saúde e você poderia investir na saúde pública. Vou dar um exemplo aqui: no caso da Polícia Militar. Existe o Hospital da Polícia Militar construído e equipado. E o governador, ao invés de abrir o hospital que poderia estar atendendo inúmeras pessoas e tirando das filas dos hospitais, mas a opção foi pagar R$ 28 milhões para uma empresa privada. Aí está o erro”, declarou.
Ibaneis destacou que “antes de construir qualquer hospital, nós vamos colocar a nossa rede para funcionar”. Segundo ele, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são um “grande gargalo” porque o governo federal exige dos governos locais uma contrapartida alta para manter as unidades. “Aqui, se não tiver equipe completa, não repassa R$ 500 mil por mês. Então eu vou botar para funcionar para que, pelo menos, a gente receba esses R$ 500 mil.”
O candidato também comentou a promessa de que construiria um hospital exclusivo para atender aos servidores públicos da capital. Segundo ele, o plano existe, mas só será executado quando a rede atual – e geral – estiver funcionando plenamente.
“Esse é um grande problema que nós temos no Distrito Federal. Nós, primeiro, vamos colocar todos os nossos hospitais para funcionar. Nós temos uma rede hospitalar que está sucateada e que não funciona. Então, antes de construir qualquer hospital, nós vamos colocar a nossa rede para funcionar”, disse.
O candidato emedebista rebateu na entrevista as acusações dos seus adversários que dizem que a promessa de doar dinheiro próprio para fazer obras públicas, se for eleito, não é “compra de votos”. De acordo com Ibaneis, a doação viria dos cerca de R$ 30 milhões a que ele tem direito como pagamentos de precatórios, que correspondem a 10% do valor das ações em que ele atuou, defendendo cidadãos e empresas contra governos locais e a União.
O candidato reafirmou que a doação desses R$ 30 milhões em honorários de precatórios só será feita caso ele vença a eleição. Se o eleito no segundo turno for Rodrigo Rollemberg (PSB), o repasse do valor aos cofres públicos não acontecerá. “Exatamente. Não tem toma lá, dá cá nenhum, eu estou colocando uma proposta minha. Se eu vencer as eleições, eu vou doar para as escolas. Agora, se não vencer… tá aí”, disse ao entrevistador Antonio de Castro.
Questionado ainda sobre os precatórios, o emedebista repeliu as versões de que esteja agindo em causa própria ao declarar, durante a campanha, que vai trabalhar para que essas dívidas de governo sejam quitadas.
“A Constituição Federal fixa o prazo para pagamento de precatórios e diz que todos os estados, está lá no artigo 100, têm até 2024 para realizar o pagamento. […] O dinheiro sai do Orçamento da União, mas eu não tenho a capacidade de impedir esse pagamento”, declarou. “O que eu disse foi: o que eu tiver [de receber] relacionado à parcela, vou repassar integralmente para que sejam reformadas escolas e construídas creches no DF.”
Na corrida pelo Palácio do Buriti, Ibaneis já recebeu um grande número de apoiadores. Na quarta-feira (17) chegou o apoio oficial do senador e ex-governador Cristovam Buarque (PPS). No total, 15 partidos estão com Ibaneis: PP, Avante, PSL, PPL, PSD, PSDB, Podemos, Patriota, DC, PMB, PHS, PRB, PPS, PRP e Solidariedade.
Para selar o acordo com Cristovam, o candidato assumiu o compromisso de criar escolas de tempo integral logo no primeiro ano de sua gestão, caso seja eleito. “Estávamos conversando há um tempo sobre as propostas dele [Cristovam]. Vamos começar pelas cidades menores, como Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II e Varjão, para avaliar esse modelo”, explicou Ibaneis.