O vice-presidente da Câmara de Vereadores de Nilópolis, na Baixada Fluminense, Mauro Rogério Nascimento de Jesus, mais conhecido como Maurinho do Paiol (PSD), foi preso nesta quinta-feira (10) na Operação Hoste, que mira a milícia do irmão de Ecko, a maior em atividade do estado do Rio de Janeiro.
A ação é realizada em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
A milícia que Maurinho do Paiol integra o bando que já foi de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto ano passado, hoje nas mãos de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Ecko.
Agentes saíram para cumprir, no total, 19 mandados de prisão preventiva e 29 de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, nas cidades do Rio de Janeiro, Nilópolis e Mesquita.
Maurinho do Paiol, além de vereador é PM aposentado, ele prometeu uma reação violenta a grupos rivais. Segundo as investigações, Maurinho é o chefe do braço da milícia naquele município da Baixada Fluminense.
“Se machucar um da gente, amigo, vai ter banho de sangue”, disse, em conversa interceptada com autorização da Justiça. “Vai ter que matar os quatro. Não adianta matar só um só e ficar.”
Maurinho não especificou quem seriam os rivais nesse diálogo, um dos citados na denúncia do MPRJ. Além de Maurinho, foram presas 10 pessoas, entre elas quatro PMs. O PSD informou que vai expulsá-lo do partido.
A Câmara Municipal de Nilópolis afirmou que aguardava comunicado oficial da defesa do vereador e da autoridade judiciária responsável pela investigação para que, de posse das tipificações penais do caso, pudesse analisar, “sob a ótica do Regimento Interno, eventuais medidas cabíveis.
O vereador foi preso por agentes da Polícia Federal (PF) em casa, num condomínio em Mesquita. Agentes apreenderam uma escopeta na residência.
Na hora que os agentes da PF chegaram, Maurinho achou que estava sendo alvo de um ataque e duvidou que eles fossem policiais federais.
“Identificação!”, gritou Maurinho. “Identificação é o c*ralho! Senta aí com a mão na cabeça!”, respondeu um agente.
A ação é realizada em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPRJ.
Durante as buscas, os agentes encontraram o que seria uma central de controle do “gatonet”, em um dos endereços em Nilópolis. Relógios, anéis, armas e um cinturão com munições também foram apreendidos na residência de outro alvos da operação no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio.
O Gaeco afirmou que, além de atuar em Nilópolis, o grupo criminoso de Maurinho do Paiol opera em São João de Meriti e no bairro de Anchieta, na capital.
De acordo com a PF, o objetivo da organização é o lucro criminoso através da usurpação de sinal de TV e internet “gatonet”, venda ilegal de botijões de gás, exploração do serviço de mototáxi e outros. Todos estes serviços são prestados de forma irregular e através de ameaças a populares e comerciantes e pagamentos de propinas a agentes públicos.
Segundo as investigações, parte do grupo também atua no tráfico de armas e de drogas, inclusive, apresentando vínculos com outros bandos milicianos atuantes na zona oeste da Rio.
“A organização é estruturalmente ordenada e possui dimensões consideráveis, atuando de forma setorizada, mediante a prática de crimes como homicídios e extorsões”, detalhou o Gaeco.
“Ao expandir seus domínios para a comunidade Az de Ouro, em Anchieta, passou a atuar também no tráfico de drogas, fazendo parte da cúpula da comunidade, ligada à facção criminosa TCP”, emendou.
O nome Hoste é uma referência “à maneira hostil e agressiva através da qual essa organização de pessoas impunha sua dominação naquela região”.
Os acusados vão responder pelos crimes de corrupção, homicídio e extorsão.