O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, disse que o decreto de Jair Bolsonaro que tira a execução do Orçamento de 2022 do Ministério da Economia e passa para a Casa Civil tornou o ministro Ciro Nogueira (PP) “bedel do Paulo Guedes”.
“O orçamento não pertence mais à economia, definitivamente é da política”, publicou Marcelo Ramos em suas redes sociais.
“Isso poderia até ter um lado bom se tivéssemos um governo comprometido com a indústria, os empregos e o combate à miséria”, acrescentou.
O decreto de Jair Bolsonaro faz com que toda mudança proposta pelo Ministério da Economia para o Orçamento tenha que ser aprovada pela Casa Civil, tirando, por tanto, poder de Paulo Guedes e passando para Ciro Nogueira.
Essa é uma forma que o governo encontrou de se comprometer ainda mais com os partidos do chamado “Centrão”, pois facilita que as emendas negociadas em troca de apoio sejam realmente pagas.
Ciro Nogueira, que é réu por corrupção em três processos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF), entrou para o governo como parte das negociações que correm entre o Planalto e o Centrão.
Outra forma é o pagamento das emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto”. O governo negocia milhões em emendas para que os deputados votem de acordo com o seu interesse e o nome dos envolvidos não é divulgado.