O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Pandemia, apresentou, na terça-feira (20), uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro por difamação, feita em publicação nas redes sociais.
Nas publicações, Jair Bolsonaro tenta ligar Randolfe, Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, e Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão, à compra da Covaxin, que tem denúncias de corrupção.
Randolfe disse que apresentou a queixa-crime “em razão de tentativa de ferir minha reputação mentindo sobre meu alegado envolvimento nos esquemas da Covaxin. Essa covardia de Fake News precisa acabar!”.
“Ontem [segunda-feira, 19], o presidente, demonstrando não se ocupar com o que importa, publicou em suas redes sociais uma tentativa de me envolver nos rolos da Covaxin”, afirmou.
“Presidente, já dei meu recado: quem estava atrás de propina eram os membros do seu governo!”.
“Eu e outros tantos brasileiros só queríamos vacina boa e no tempo certo. Bolsonaro insiste em tentar desviar o foco da CPI e transferir a culpa pelos erros e corrupção durante a Pandemia – que é inteiramente sua e de seus assessores – a terceiros. Não conseguirá!”, asseverou.
A suspeita dos senadores da CPI da Pandemia é que Jair Bolsonaro cometeu, pelo menos, prevaricação por ter recebido a denúncia de corrupção na compra das doses da Covaxin e não ter passado para a Polícia Federal investigar.
O servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), se reuniram com Jair Bolsonaro no dia 20 de março para mostrar as evidências de que havia um esquema de corrupção na contratação.
Uma nota fiscal internacional que foi enviada para o Ministério da Saúde com pagamento adiantado, duplicava o valor do frete e indicava que o pagamento deveria ser feito para uma empresa que não é sequer citada no contrato e é sediada em um paraíso fiscal.
Um documento do Ministério da Saúde sobre uma reunião com a Precisa Medicamentos, atravessadora na compra que já aplicou golpes contra o MS, mostra que as doses da Covaxin foram oferecidas por US$ 10. Meses depois, as doses foram vendidas por US$ 15.