Vitória Cabreira (PCdoB), a mais jovem vereadora da Câmara de Porto Alegre (RS) tomou posse nesta segunda-feira (9) aos 21 anos. Suplente, Vitória assumiu o mandato de Daiana Santos, que se ausenta do cargo nos próximos dias, em celebração ao mês dos estudantes, contemplados no dia 11 de Agosto.
A jovem, estudante de pedagogia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), foi presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (Umespa) e atualmente é coordenadora municipal da Juventude Pátria Livre.
“Vários dos vereadores aqui presentes, me conhecem, já que nos últimos anos presidi o Grêmio Estudantil da Escola Parobé e a UMESPA. Por isso, muitos foram os encontros, nem sempre ao mesmo lado, pois estar no movimento estudantil significa lutar com coragem pelos direitos dos estudantes e do povo brasileiro”, disse.
“Resgato o momento onde ocupamos este plenário e diversas comissões para defender os direitos dos estudantes, dos cruéis ataques ao Meio-Passe estudantil. Destaco aqui, que o diálogo com vereadores e vereadoras foi decisivo para garantir que o meio-passe seguisse sendo essa ferramenta decisiva de acesso e permanência de milhares de estudantes às salas de aulas”, continuou Vitória.
Durante o período em que estará na Câmara, Vitória comporá a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece). A estudante obteve 1.651 votos nas eleições de 2020.
Em seu discurso, Vitória lembrou das vítimas da Covid-19, dizimadas pela política criminosa de Bolsonaro e defendeu uma frente ampla para combater os desmandos do atual governo federal, sejam sociais, políticos e econômicos.
“O Brasil amarga a triste marca de mais de 560 mil mortes por uma doença que já tem vacina, fruto do negacionismo e das ações corruptas do governo Bolsonaro. A vida do povo foi utilizada como moeda de troca para receber propina! Nosso país afunda na crise econômica, com mais de 75 milhões no desemprego, subemprego e desalentados. Só no período da pandemia 377 empregos foram perdidos por hora. O projeto entreguista de BolsoGuedes, devolveu o Brasil ao Mapa da Fome. Hoje são mais de 125 milhões de brasileiros que não sabem se poderão fazer a próxima refeição. Por todas essas atrocidades é que precisamos unir o Brasil em uma grande frente ampla em defesa da vida, da democracia e dos nossos direitos”, disse.
Vitória também lembrou das vítimas do governo Bolsonaro na educação que, durante a pandemia, não tiveram acesso às aulas no país. “Ano passado mais de 4 milhões de estudantes abandonaram os estudos, enquanto isso Bolsonaro sufoca a educação com mais cortes de orçamento, e vetou o PL da conectividade que garantiria acesso à internet aos estudantes das escolas públicas brasileiras”.
A vereadora coordena o projeto Sobre Nós, que combate a pobreza menstrual com a distribuição de produtos de higiene e a organização de campanhas informativas. Ela relembra a necessidade de se chamar a atenção para o tema que aflige milhares de jovens mulheres.
“Nós precisamos falar sobre pobreza menstrual e tratar isso como um problema de saúde pública”, afirmou. “Que isso não seja apenas uma luta das pessoas que menstruam, mas de toda a população”, completa.
Por fim, a vereadora lembrou das grandes manifestações realizadas pelo país e garantiu que sua luta na Câmara será por mais direitos, fortalecimento das instituições, educação pública de qualidade, desenvolvimento e um mundo melhor.
“A nossa posse pertence a todos aqueles que vão às ruas, a exemplo do #24J e que retornarão às ruas no próximo dia do estudante, para denunciar as mazelas que assombram o nosso país, que não se calam frente às injustiças, que fazem política por amor, e que lutam por um projeto nacional de desenvolvimento, por uma educação pública de qualidade, por um Brasil economicamente independente, socialmente justo, livre do fascismo, do racismo, do machismo e da LGBTfobia, e profundamente democrático”.
“É nosso dever reencantar as pessoas com a política, fortalecer as instituições, combater o ódio, as mentiras e as fake news. Ocuparemos as ruas a cada ameaça de ataque aos direitos dos estudantes e do povo. Essa posse é de todos e todas que lutam pelo bom, pelo justo e pelo melhor do mundo”, concluiu.