“Voltaremos ao voto de cabresto e ao processo de dominação das eleições pelas milícias”, denunciou o jurista. “Ele sabe que não passa. É apenas uma desculpa para melar as eleições. É um terraplanismo eleitoral”, destacou
O jurista, professor de direito e ex-ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, afirmou, nesta segunda-feira (10), em entrevista ao Portal UOL, que Jair Bolsonaro não quer voto impresso. “O que ele quer é o argumento de que não existe o voto impresso para melar as eleições”, disse Reale Júnior.
“Seria um retrocesso o voto impresso, voltaremos ao voto de cabresto e ao processo de dominação das eleições pelas milícias”, denunciou o jurista. “Um sistema para controle do eleitor para que ele tenha que comprovar o voto naquele que ele foi obrigado a votar”, acrescentou.
“Ele sabe que o voto impresso não passa na Câmara dos Deputados, ele sabe que os partidos já se reuniram e já decidiram. Ele sabe que na Comissão do Constituição e Justiça (CCJ) ele seria derrotado, como foi, por larga maioria”, avaliou Miguel Reale.
“Ele sabe que no plenário vai ser derrotado e que não vai chegar a 200 votos a favor do voto impresso. Ele sabe que, se passar na Câmara, não passaria no Senado. Por isso, o que ele quer é apenas um argumento para tumultuar”, prosseguiu.
Para Reale Júnior, Bolsonaro “faz isso porque ele sabe que poderá ser derrotado e sequer chegar ao segundo turno das eleições de 2022.”
Então ele quer um argumento para tumultuar as eleições, não passa disso”, observou. “É um retrocesso brutal. Nunca houve qualquer fraude eleitoral ao longo de 25 anos. É apenas uma desculpa, um terraplanismo eleitoral”, completou o professor.