Juros e preços elevados de alimentos e energia corroendo a renda reduzem os serviços prestados às famílias: queda de 2,4%
Em mais um sinal de desaceleração da economia, sob efeito dos juros elevados, inflação de alimentos e renda apertada, o volume de serviços no país caiu 0,2% em janeiro de 2025 na comparação com o mês de dezembro, quando ficou estagnado (0,0%), segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (13) pelo IBGE. Em novembro, a queda foi de -0,9%
O resultado negativo no primeiro mês do ano foi puxado, principalmente, pelos serviços de transportes, que caíram 1,8%, segundo o IBGE, com destaque para o aumento no preço das passagens aéreas (alta de 10,42%).
“Houve quedas importantes no transporte dutoviário, com perda de receita de empresas relevantes que atuam nesse segmento, no transporte aéreo, no transporte rodoviário coletivo de passageiros, no transporte ferroviário de cargas e na atividade de correio”, diz Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. No acumulado em 12 meses, a alta de 2,9% foi menor do que a registrada em dezembro de 2024 (3,2%).
Com os preços dos alimentos e da energia elétrica pesando no bolso do brasileiro e parte da renda comprometida com dívidas, alavancadas pelos juros elevados, os serviços prestados às famílias tiveram queda significativa (-2,4%). Os serviços profissionais, administrativos e complementares também caíram (-0,5%). O primeiro eliminou parte do ganho de 7,0% acumulado entre maio e dezembro de 2024, e o último registrou a terceira retração seguida, com perda de 3,7% nesse intervalo, destaca o IBGE.
“Após alcançar o ápice de sua série histórica em outubro de 2024, o setor de serviços apresentou duas taxas negativas e uma estabilidade nos últimos três meses”, ressaltou Rodrigo Lobo. “Nesse período, acumulou perda de 1,1%”.
Em janeiro, três das cinco atividades investigadas mostraram resultados negativos.
Informação e comunicação (2,3%) e outros serviços (2,3%) apontaram os únicos avanços de janeiro de 2025, com a primeira atividade acumulando um ganho de 2,8% nos últimos três meses, enquanto a última recupera parte da perda verificada em dezembro de 2024 (-4,1%).
A média móvel trimestral foi de -0,4% no trimestre encerrado em janeiro de 2025 frente ao mês anterior. Entre os setores, ainda na série com ajuste sazonal, quatro dos cinco setores investigados também mostraram retração: transportes (-1,8%); profissionais, administrativos e complementares (-1,2%); outros serviços (-0,2%); e serviços prestados às famílias (-0,1%), ao passo que informação e comunicação (0,9%) registrou o único avanço deste mês.
