O grande derrotado na eleição para a Prefeitura de São Paulo, no último domingo (15), foi Jair Bolsonaro. As forças democráticas, que se opõem ao obscurantismo bolsonarista, saíram vitoriosas do pleito.
Neste segundo turno, o enfrentamento na capital paulista está se dando entre as forças que impuseram esta derrota eleitoral ao Palácio do Planalto.
De um lado, está Bruno Covas (PSDB), que tem praticado e defendido uma concepção de frente ampla contra o bolsonarismo e em defesa da democracia.
Estão reunidos em sua coligação, chamada “Todos por São Paulo”, 11 partidos. São eles o PSDB, MDB, PODE, PP, PSC, PL, Cidadania, DEM, PTC, PV e PROS.
No segundo turno, declararam, até agora, apoio a Covas, o PSD, o PTB e o Republicanos.
Covas percebeu a necessidade de uma frente ampla para derrotar Bolsonaro, não só pelas ameaças à democracia, mas também porque o governo federal e suas milícias digitais, e presenciais, os elegeram – ele e Doria – como seus inimigos principais. Os ataques de Bolsonaro aos dois não pararam desde o início da pandemia.
O Planalto não se conformou com o acordo com os chineses para a produção da vacina contra a Covid-19, única forma possível de superação definitiva da pandemia. Seus ataques foram ferozes, tanto ao prefeito quanto ao governador. Chegaram até a instrumentalizar a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tentar paralisar as pesquisas da vacina.
De outro lado, no segundo turno, está o candidato Guilherme Boulos, do Psol, que ocupou o vazio deixado pela derrota do PT nestas eleições. A coligação de Boulos, chamada “Pra virar o Jogo”, é formada por três partidos. São eles o Psol, PCB e UP. Neste segundo turno. o candidato do Psol recebeu o apoio do PT, do PCdoB e do PDT.
Em sua estratégia para atrair alguns setores políticos que são contra o governo Bolsonaro, Boulos desenvolve a narrativa de que os tucanos Bruno Covas e João Doria seriam bolsonaristas (“voltou o Bolsodoria”, declarou ele na terça-feira). O que atrapalha essa linha de campanha é que o ódio da família Bolsonaro e dos bolsonaristas aos tucanos paulistas é tão grande, que não há dúvida sobre quem o clã considera, no momento, o seu principal inimigo.