Nos dias 28 e 29 de maio a CTB/SP – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil/SP – realizou, em estado de ebulição, seu 5º Congresso. O clima do Congresso, que superou a frieza das reuniões virtuais – foi de revolta e indignação contra o genocídio bolsonarista, que já matou quase 500 mil brasileiros. Mas foi também de muita combatividade, animado pela enxurrada de revelações, que transbordam diariamente para milhões de brasileiros, da CPI do Coronavírus, no Senado, além da queda nas pesquisas de Bolsonaro.
Os sindicalistas se revezaram no púlpito virtual para além das denúncias e depoimentos, na discussão sobre o Programa Nacional Desenvolvimentista e da Frente Ampla.
Unificou
As seções estaduais da CTB e da CGTB são agora uma única central. Reeleito presidente, o líder sindicalista Renê Vicente saudou a unificação e conclamou todos os delegados a se somarem às manifestações em defesa da vacina, do auxílio emergencial de 600 reais e do emprego.
Com o aval, ou melhor, com a presença dos dois presidentes nacionais na abertura do V Congresso da CTB, Adilson Araújo e Ubiraci Oliveira, o Bira, 250 sindicalistas participantes do evento se manifestaram com entusiasmo quando foi anunciado por Wagner Gomes, dirigente nacional da central, que o novo secretário geral da CTB, em São Paulo, é Paulo Sabóia, até então, presidente da CGTB no estado.
Em sua intervenção, Bira também ressaltou que a unidade das duas centrais será um grande exemplo para a unidade do conjunto do movimento sindical e, de forma simbólica, vestiu a camiseta da CTB. A unidade será referendada em agosto, no Congresso Nacional.
O anfitrião Renê, emocionado, lamentou a perda do sindicalista Sebastião Soares, falecido na madrugada do dia 28 e de tantos companheiros queridos e valorosos. Conclamou a todos a seguirem em frente com mais decisão contra esse governo genocida.
Sabóia disse estar honrado com a nova missão, e que a vitória dependerá da capacidade do movimento sindical de fortalecer uma ampla frente contra o Bolsonaro, ou seja, reunir todos: Congresso Nacional, governadores, judiciário, imprensa e trabalhadores, todos pela democracia, pela vacinação em massa e contra a fome do povo.
Adilson, presidente nacional da CTB, no encerramento, denunciou que o governo do estado quer tirar a sede do sindicato dos metroviários de SP e vendê-la por um terço do valor. E conclamou todos dirigentes sindicais a apoiarem a resistência dos metroviários. Para ele, esta é uma questão de honra para o movimento sindical e, com a participação da central, a decisão do governo pode mudar.
O economista Nilson Araújo apresentou aos delegados uma proposta de Programa Nacional Desenvolvimentista, com o centro na valorização do trabalho. Afirmou que é necessário estudar a experiência do governo de Getúlio Vargas, que possibilitou o crescimento do PIB do país de 7%, durante 50 anos. Depois disso, nos últimos 40 anos, crescemos uma média de 2% ao ano.
O Professor José Dar Kreinfalor falou sobre a falência do neoliberalismo e as mudanças no mundo do Trabalho.
Reforma administrativa
O sindicalista da direção nacional da CTB, João Paulo, dirigente também da FASUBRA (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) e da CSPB (Confederação dos Servidores Públicos do Brasil), denunciou que faz parte do plano bolsonarista desmantelar o serviço público através da aprovação da PEC 32, a reforma administrativa.
A proposta ataca a estabilidade, suspende a obrigatoriedade de concurso público, além de permitir que o gestor reduza os serviços de determinado órgão de estado sem ter que consultar o Congresso.
Fez também uso da palavra, representando a Fetaesp (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de São Paulo), Elias de Souza, que apresentou uma explanação sobre as dificuldades da agricultura familiar depois da pandemia e que é preciso mais apoio à produção rural do pequeno agricultor.
Além de Sabóia, da CGTB foram eleitos Alfredo Neto, para a Secretaria da Igualdade Racial, Augusto do Jornal, Antônio Celso, da construção civil de Mococa, e Prof. Jeferson, do sindicato dos professores de Taubaté.