O Ministério Público Federal (MPF) do México obteve 46 novas ordens de captura contra os responsáveis pelo desaparecimento dos 43 estudantes normalistas do vilarejo de Ayotzinapa, presos pela polícia no dia 26 de setembro de 2014 ao se manifestarem no município de Iguala, no Estado de Guerrero, e entregues a narcotraficantes por ordem do prefeito e de sua mulher.
Conforme as investigações e o mandato expedido pela Justiça nesta terça-feira, logo depois de detidos e sem poder oferecer resistência nos ônibus quando se dirigiam a Iguala, os alunos da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos foram detidos e covardemente chacinados. Para não deixar pistas seus corpos foram calcinados, envolvidos em sacos e jogados num rio.
De acordo com o MPF, estes 46 servidores de diferentes municípios guerrerenses estão diretamente envolvidos na desaparição forçada dos jovens. Restos ósseos encontrados recentemente que poderiam pertencer aos normalistas foram enviados à Universidade de Innsbruck para identificação e a Interpol foi acionada para localizar e deter o dirigente da Agência de Investigação Criminal (AIC), Tomás Zerón de Lucio, que fugiu do México.
O procurador geral do México, Alejandro Gertz Manero, enfatizou que os delitos imputados aos funcionários “não haviam sido investigados, nem judicializados, nas diligências que a Procuradoria Geral da República havia realizado”. A Procuradoria responsabiliza os 46 servidores pelos crimes de “desaparição forçada e crime organizado”, além de terem encoberto inúmeros abusos ocorridos entre 2014 e o início de dezembro de 2018.