Flávio e a mulher, Fernanda Antunes Figueira, terão que comparecer ao MP para explicar as movimentações financeiras suspeitas, as compras de imóveis subfaturados e o superfaturamento da loja de chocolate
Flávio Bolsonaro foi surpreendido nesta quinta-feira (02) com a convocação, pelo Ministério Público do Rio, para depor na próxima semana sobre o esquema de lavagem de dinheiro montado em seu gabinete quando era deputado estadual fluminense.
Ele estava pensando que estava livre por conta da decisão tomada pelo Tribunal de Justiça de enviar seu processo para a segunda instância. Ledo engano.
A notificação para o depoimento dele e de sua mulher, Fernanda Antunes Figueira, foi feita pelo Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção), que atua em processos em primeira instância, por delegação e a pedido da segunda instância.
“O GAECC/MPRJ, nos mesmos moldes das Forças-Tarefas de diversos ramos do Ministério Público, atua em auxílio ao Promotor Natural que, no caso, por conta do decidido pela Terceira Câmara do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em recente Habeas Corpus, passou a ser o Procurador-Geral de Justiça. Diante disso, as investigações seguem seu curso normal, sem paralisações desnecessárias por conta de mudanças de competência jurisdicional. O caso segue sob sigilo”, diz a nota do MP-RJ.
Tentando manter os privilégios, que tanto criticava antes, Flávio reclamou da intimação. Sua defesa argumentou que o Gaecc não pode ouvir o senador. “O Gaecc insiste em ouvir o senador, mesmo após a decisão da 3ª Câmara Criminal do TJ-RJ”, afirmou.
“Causa espanto à defesa que o Gaecc insista em colher depoimento dos investigados. O próprio Gaocrim, que atua na segunda instância e ao qual cabe agora a investigação, interpôs Reclamação perante o STF tão logo tomou conhecimento do resultado do HC que retirou o foro da primeira instância”, prosseguiu a nova advogada de Flávio, Luciana Pires, que substitui o “anjo” na defesa do senador.
Na nota, o Ministério Público reafirma a intimação do casal para o depoimento e informa que as investigações prosseguirão “até seu termo final”. “O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro esclarece que a Chefia Institucional delegou aos Promotores de Justiça do GAECC/MPRJ (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção) os poderes para prosseguirem nas investigações até seu termo final”, diz o órgão.