Ministério Público investiga esquema de lavagem de dinheiro montado em seu gabinete quando era deputado estadual. Queiroz, o comparsa do esquema, já está preso
Depois de espernear contra a convocação, o senador Flávio Bolsonaro, o “zero um”, desistiu de recorrer pela décima primeira vez e vai prestar depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro no processo que investiga o esquema de lavagem de dinheiro montado por ele e Fabrício Queiroz em seu gabinete na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, quando era deputado estadual.
A defesa de Flávio questionou a competência do órgão para a oitiva uma vez que a investigação saiu da primeira para a segunda instância da Justiça fluminense. O MP, no entanto, alega que está apto e autorizado a fazer a oitiva. Antes que houvesse uma condução coercitiva, o investigado desistiu de continuar fugindo. “Não há impasse. Estamos definindo uma data”, disse Luciana Pires, que substitui Frederick Wassef, conhecido por “Anjo”.
O “Anjo” era o queridinho da família Bolsonaro desde que conseguiu a liminar do Toffoli que interrompeu por quase seis meses as investigações de Flávio Bolsonaro sob o pretexto de que era ilegal usar informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) no inquérito. A coisa começou a ficar ruim quando o plenário do Supremo derrubou a liminar. Depois, Wassef caiu em desgraça total quando a polícia prendeu Queiroz que estava escondido há mais de um ano em sua casa na cidade paulista de Atibaia.
Segundo a advogada, Flávio vai usar a prerrogativa de foro por função. Ou seja, o foro privilegiado. Exatamente o que ele e seu pai tanto criticavam no passado, dizendo que era coisa de corrupto. Agora, ele briga em todas as instâncias para ter o foro privilegiado. Disse que, por conta desse privilégio, quer fazer o depoimento por videoconferência. A advogada insiste que ele tem direito e que está negociando uma data e um local mais adequados para ele ser ouvido. Além dele, sua mulher, Fernanda Antunes Figueira, também foi intimada.