O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira que o estado superou o pior momento da pandemia de Covid-19. Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Doria declarou que os dados do governo indicam a saída do platô, rumo à descida. A média de mortes diárias, entretanto, continua acima de 200.
“Superamos o pior momento da pandemia em São Paulo. Esta é uma afirmação, não uma suposição. Os números desta semana indicam uma nova redução na média de casos e óbitos. E a perspectiva é de que estamos, de fato, iniciando a descida do platô. “, declarou Doria
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, citou o número de pessoas em tratamento nos hospitais do estado. “Em relação às novas internações, o número que mostra curva de inflexão. Portanto, temos hoje a possibilidade de dizer que saímos do platô não só no município de São Paulo, mas também no estado”, afirmou.
Segundo dados do governo paulista, houve uma redução de 19% no registro de óbitos na variação de 14 dias — a média diária de duas semanas epidemiológicas atrás era 252, e agora (semana que acaba amanhã, 29) está em 205. Além disso, o governo diz que as internações caíram pela quarta semana consecutiva, e estão em 54,3%, o menor índice desde o início da pandemia, em março.
O governo anunciou ainda que, pela primeira vez, nenhuma região do estado caiu de fase no Plano São Paulo. Atualmente, 88% do estado está na fase amarela.
VACINA
O governo de São Paulo se comprometeu nesta sexta (28) a disponibilizar para o Sistema Único de Saúde (SUS) cerca de 45 milhões de doses da Coronavac, vacina contra o novo coronavírus que está na fase final de testes, em dezembro.
A vacina está sendo testada em 9 000 voluntários em todo o país e é fruto de uma parceria entre o Butantan e o laboratório Sinovac. Ela está na terceira fase de testes, a última.
A vacina é produzida pelo Butantan em parceria com a chinesa Sinovac. Os estudos finais estão sendo coordenados pelo instituto paulista e envolve 9 mil profissionais de saúde, que se voluntariaram para receber as doses da vacina em 12 centros de pesquisa em seis estados.
“Asseguramos ao ministro [da Saúde] que em dezembro teremos 45 milhões de doses de vacina disponíveis para o nosso SUS, que portanto ele pode iniciar a sua preparação para uma campanha nacional de vacinação”, afirmou Dimas Covas, diretor do Butantan.
“Podíamos integralizar esse volume até 60 milhões em março e 100 milhões em maio. Formalizamos essa possibilidade”, acrescentou Covas.
O instituto tenta duplicar a sua capacidade de produção de vacinas, que atualmente é de 60 milhões de doses – número suficiente para imunizar 30 milhões de pessoas em duas doses -, para 120 milhões.
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, se reuniu na manhã de quarta-feira (26) com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello para pedir R$ 1,9 bilhão para viabilizar a ampliação da produção da vacina. Após o encontro, Dimas disse que o Ministério da Saúde fará aquisição das vacinas produzidas pelo governo paulista.
Quando nós ofertamos a vacina ela terá, obviamente, um custo e isto o ministro garantiu que vai, seguramente, colocar na pauta do programa nacional de imunização. Ele disse que fará a aquisição das vacinas”, afirmou o médico para jornalistas depois da reunião.
“A garantia é exatamente a parceria que existe entre o Butantan e o Ministério. Isso foi reforçado com o ministro. É uma matéria de importância para a saúde pública do Brasil”.
O valor solicitado pelo governo de São Paulo é o mesmo que o governo federal destinou, por meio de uma Medida Provisória, na viabilização da produção de 100 milhões de doses da vacina produzida pela Universidade de Oxford, em parceria com o laboratório AstraZeneca.