Os presidentes do PDT, PSB, Rede, PCdoB, PSOL e PT divulgaram um manifesto cobrando as emissoras de televisão para realizarem debates eleitorais. “Que as emissoras de televisão assumam sua responsabilidade e comprometimento com a transparência e o processo democrático brasileiro”, argumentam.
“Ao longo dos anos, os debates têm se mostrado momentos essenciais para o eleitor conhecer melhor os candidatos e definir seu voto”, diz o texto.
“Por meio deles, dribla-se o artificialismo da propaganda eleitoral no rádio e na TV e dos sites e perfis de redes sociais dos candidatos, expondo-os a situações reais de conflito de ideias. Neste momento em que a campanha nas ruas está reduzida em razão da pandemia e que vivemos o fenômeno avassalador das fake news, tal espaço ganha importância ainda maior”, continuam.
Os presidentes explicam que “em 1º de outubro, a Band realizou a primeira rodada de debates eleitorais, reunindo candidatos às prefeituras de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e outros municípios. Na sequência, porém, emissoras como Globo e Record cancelaram a realização de seus debates, que já tinham datas agendadas com as campanhas”.
Para eles, existe uma má vontade por parte das emissoras para realizar os debates. “Todos os canais de TV, com algumas diferenças, mantiveram suas grades de programação, recorrendo inclusive a entrevistas e debates em plataformas digitais. Por que seria diferente justamente na campanha eleitoral?”.
“A ausência de debates também favorece os concorrentes já conhecidos pela população, que contam com o aparato da máquina pública e o apoio de grandes empresários. Ao não confrontarem seus opositores, escapam de ter que justificar números negativos de suas gestões, metas não alcançadas ou investimentos em projetos inócuos”.
“Agora, candidatos e candidatas em situação semelhante sequer precisarão se expor a essa polêmica. Ficam dispensados de fazer o confronto democrático de ideias e propostas e de ter de responder, ao vivo, às denúncias que precisam explicar”, disseram.
Carlos Lupi, presidente do PDT, Carlos Siqueira, presidente do PSB, Pedro Ivo, presidente da Rede, Luciana Santos, presidente do PCdoB, Juliano Medeiros, presidente do PSOL, e Gleisi Hoffmann, presidente do PT, lembram que Jair Bolsonaro só participou de um debate nas eleições de 2018.
“Bolsonaro, ciente do seu péssimo desempenho e do impacto que isso teria no eleitorado, criou escusas para não participar dos debates e manter a liderança nas pesquisas. Hoje sabemos o quanto isso custou caro para a nossa democracia”.
Eles apontam que até o problema da alta quantidade de candidatos pode ser resolvido. “Com um pouco de boa vontade, ambos os problemas podem ser resolvidos, respeitando o princípio de não favorecer esta ou aquela figura. Basta, por exemplo, dividir os debates em dois dias e sortear os participantes para cada um, como já tem sido feito, com sucesso, por muitas emissoras no Brasil afora”, indicam.