O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, se reuniu na terça-feira (15) com representantes do bloco aliado, formado por DEM, PSDB, MDB, Cidadania, PSL e PV, e presidentes de partidos e parlamentares do PDT, PSB, PCdoB, PT e PSOL, na busca de formar uma frente de partidos de centro-esquerda que derrote o candidato de Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), na disputa pela presidência da Câmara, que ocorrerá em 1º de fevereiro de 2021.
Estavam presentes no encontro, que foi realizado na residência oficial do presidente da Câmara:
– Líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP);
– Líder do DEM na Câmara, Efraim Filho;
– Líder do Cidadania na Câmara, Arnaldo Jardim;
– Presidente do MDB e líder do partido na Câmara, Baleia Rossi;
– Líder do PV na Câmara, Enrico Misasi;
– Líder do PDT na Câmara, Wolney Queiroz;
– Presidente do PDT, Carlos Lupi;
– Vice-presidente do PDT, Ciro Gomes;
– Líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon;
– Presidente do PSB, Carlos Siqueira;
– Líder do PCdoB, Perpétua Almeida;
– Deputado Orlando Silva (PcdoB);
– A presidente do PT, Gleisi Hoffmann;
– líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR);
– Líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), entre outros.
Ao ser questionado sobre a reunião, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (DEM-PB), afirmou que “preferimos atrasar alguns dias a definição para termos um nome que tivesse maior capacidade de agregar, por isso a reunião hoje com uma frente ampliada de partidos. Nossa estratégia é sair com uma projeção de bloco que contenha mais do que os 257 deputados necessários para vencer o pleito”, disse à rádio Jovem Pan.
De acordo com parlamentares, além de existir consenso entre os presentes de “união contra o candidato de Bolsonaro”, o clima na reunião era de formação de “frente ampla”.
“Nós vamos entrar no bloco dos partidos de esquerda e do centro, não no bloco do Lira”, afirmou o presidente do PSB, Carlos Siqueira, após a reunião, ao ressaltar que “o PSB vai fazer respeitar a decisão unânime do partido que por 80 votos a zero decidiu que não devemos sequer analisar a postulação da candidatura do Lira, por ele representar uma candidatura do Planalto”, frisou Siqueira.
O ex-ministro e vice-presidente do PDT, Ciro Gomes, destacou que os partidos estão tentando construir uma alternativa que faça a “contenção” do governo Bolsonaro.
“O que nós podemos fazer, minoria que somos, é exponencializar nossa força pelo diálogo político com outras forças que tenham conosco pontos de afinidade, quais são eles, do nosso ponto de vista do PDT: a contenção do Bolsonaro nos limites da democracia e da sua institucionalidade”, afirmou Ciro.
O deputado Orlando Silva do PCdoB rechaçou a idéia de que a definição da candidatura esteja atrasada. “Primeiro, nesse processo a gente vai decidir sobre o bloco. Se esse movimento der certo, ele terá tanta força que o nome é um detalhe”, disse Orlando Silva, que acrescentou: “Está com cara de eleição de primeiro turno, com um candidato do Bolsonaro e outro antiBolsonaro. Estamos fazendo uma opção”, declarou.
“Há tempos não participava de reunião tão ampla quanto hoje [terça-feira], para discutir o futuro da Câmara dos Deputados. Antes de nomes, importa definir agenda que defenda a democracia, independência da Casa e combate a Covid. E o candidato deve manter uma distância regulamentar de Bolsonaro”, comentou Orlando, pelo Twitter.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o PT não descartou a possibilidade de ter candidatura própria para disputar a presidência da Câmara.
“PSB, PDT e PCdoB estão mais avançados [juntar força com Maia] … O importante é a decisão de caminhar com o campo da esquerda. Queremos que o PSOL esteja junto, por isso não descartamos candidatura própria”, comentou Hoffmann, em entrevista ao jornal Valor.