Na segunda-feira (12), aproximadamente de 8 mil trabalhadores da empresa Vikstar, terceirizada da Vivo, que atuam no atendimento ao cliente aprovaram indicativo de greve por conta do atraso no pagamento dos salários. O anúncio foi feito pelos sindicatos da categoria de São Paulo, Piauí e Paraná que iniciaram a discussão sobre a paralisação das atividades.
Além dos salários, a Vikstar também não pagou o vale-transporte dos trabalhadores.
Nesta quarta-feira (14), a Vivo/Telefônica se comprometeu a depositar R$ 3 milhões nesta quarta-feira, para o pagamento dos salários.
A Vikstar possui unidades na capital paulista, com cerca de 3.000 funcionários, segundo o Sintratel, em Votuporanga, no interior de São Paulo, além de escritórios em Teresina (PI) e Londrina (PR). A terceirizada diz que não depositou os salários no quinto dia útil do mês, último dia 7, porque a Telefônica, controladora da Vivo, não fez o pagamento dos valores devidos.
A Vivo/Telefônica, por sua vez, afirma que o contrato de prestação de serviços com a Vikstar foi encerrado, mas que os pagamentos foram feitos. Disse ainda, em nota, que a decisão de encerrar o contrato foi influenciada pela “deterioração financeira da Vikstar, que poderia afetar a operação e qualidade do atendimento aos clientes da Telefônica”.
Valmira Luzia, dirigente do sindicato da capital paulista, diz que a entidade solicitou mediação da negociação à Justiça do Trabalho e acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT).
“Sabemos que ela [Vikstar] vem passando por um desequilíbrio econômico grande, mas exigimos que os funcionários tenham respeitado o direito de receber seus salários e, se forem demitidos, que tenham as verbas trabalhistas. Chamamos a Vivo para conversar também porque ela tem responsabilidade subsidiária e solidária”, diz Valmira.
A dirigente sindical diz que os trabalhadores reivindicam também uma multa de 10% sobre os valores dos salários, devido ao atraso no pagamento, conforme previsto em convenção coletiva.
A empresa de telefonia pode ser responsabilizada pelos pagamentos de verbas salariais caso a intermediária não cumpra suas obrigações.
A Vikstar já está enfrentando dificuldades financeiras desde 2019 com a perda de contas importantes. No ano passado, a empresa já tinha atrasado o pagamento do 13º salário.
Também em 2020, o Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing em São Paulo (Sintratel) precisou ir à Justiça do Trabalho para que funcionários demitidos entre julho de 2019 e janeiro de 2020 recebessem as verbas rescisórias e as multas pelo atraso no pagamento.
No embate entre Vikstar e Vivo, resta aos trabalhadores o direito de greve como garantia de recebimento de seus salários e demais direitos.