O ato virtual convocado pelo Fórum das Centrais reuniu políticos e líderes partidários nesse 1º de Maio com a bandeira “em defesa da vida, vacina já para todos, emprego e auxílio emergencial de R$ 600”.
Participaram do ato o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, do PDT, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além de presidentes de partidos.
“Nesse Primeiro de Maio em que nesta pandemia a classe trabalhadora passa por um momento dramático por conta do descaso e desmandos do governo Bolsonaro, precisamos de vacina para todos, do auxílio emergencial de R$ 600 e um programa de proteção de emprego e renda para que possamos enfrentar a grave crise que vive o nosso país”, afirmou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. “Esse auxílio que o governo Bolsonaro está dando, de R$ 200, representa cinco reais por dia. É uma miséria”, disse.
Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, “a situação do Brasil, que já não caminhava bem antes da pandemia”, alcançou uma situação catastrófica. Para o dirigente sindical, a falta de qualquer projeto de combate à pandemia e de desenvolvimento nacional, com “imunização da população e um projeto de geração de renda e emprego”, está minando a vida das famílias brasileiras.
O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas, afirmou que o país vive o seu “momento mais trágico por culpa de Bolsonaro, que despreza a vida”. “Faltam vacinas, falta oxigênio, faltam medicamentos”, disse. O sindicalista defendeu uma ampla frente para derrotar Bolsonaro e trazer o Brasil de volta ao rumo do desenvolvimento. “São milhares de desempregados e desalentados, não apenas por culpa da pandemia, mas pela política de Bolsonaro, que não faz nada pelo povo e faz tudo para encher o bolso dos banqueiros”, disse Bira.
“São mais de 400 mil mortes, mas para o Governo Federal, são apenas números”, disse o presidente da UGT, Ricardo Patah. “Mas são milhares de famílias que choram seus mortos”, afirmou.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que “esse genocídio tem um responsável, que é Bolsonaro”.
Antonio Neto, presidente da CSB, ressaltou que “a política genocida desse governo fez do Brasil um laboratório a céu aberto para a contaminação desse vírus. Sabemos que dessas 400 mil mortes que tivemos, mais de 2 em cada 3 poderiam ter sido evitadas. Era só ter vacina, distanciamento, e seguir o que os cientistas e profissionais da saúde determinavam”, afirmou.
José Gozze, presidente da Pública, ressaltou que “não podemos deixar de falar da PEC 32, da Reforma Administrativa, que quer que os cidadãos paguem por aquilo que é obrigação do Estado, por Educação e Saúde, que quer destruir o Estado brasileiro”.
Sonia Zerino, secretária da mulher da Nova Central, destacou que são mais de 400 mil mães e irmãs que perderam seus entes queridos. “As mulheres estão na linha de frente. Somos a maioria dos profissionais de saúde. Apesar de tantas aflições e angústias, seguimos firmes na luta pela vida, pelo emprego e pela democracia”, disse.
Ao saudar os dirigentes sindicais, Ciro Gomes, do PDT, falou do momento trágico que o país vive, afirmando que é “o pior 1º de Maio da moderna história brasileira”, e o “1º de Maio da sociedade mais dividida e polarizada, da divisão de ódio mais cruel da nossa história”.
E salientou: “Só sairemos dessa tragédia se entendermos por que chegamos aqui e só sairemos dela mais rápido se todos nos unirmos na busca das melhores soluções para o Brasil. Não podemos nos enganar, chegamos ao ponto que chegamos porque os sucessivos fracassos de modelo econômico, modelo político e práticas morais nos arrastaram para essa prática odienta chamada bolsonarismo”.
Para Ciro Gomes, “somente sairemos dessa tragédia se acelerarmos a criação de oportunidades para todos, se revolucionarmos a qualidade e o acesso ao ensino, dando ao filho do trabalhador escolas tão boas ou até melhores do que a dos filhos dos patrões. Se aperfeiçoarmos o SUS, que pode se transformar no melhor modelo de saúde pública do mundo. Em suma, se desenharmos juntos uma forma melhor de fazer política no curto, no médio e no longo prazo”.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, ressaltou três pontos em sua fala, a causa da democracia, o emprego e a vacina que, segundo ele, “estão profundamente articuladas na atual conjuntura brasileira”.
Também saudaram os trabalhadores os dirigentes políticos como o deputado federal Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, e Paulinho, presidente do Solidariedade. “Sabemos que estamos num momento de grande dificuldade, com a pandemia e os efeitos dela na vida do povo brasileiro. Mas sabemos também que, se o Brasil tem prosperidade, devemos aos trabalhadores, que sempre lutaram para colocar o Brasil nos trilhos. Precisamos retomar uma agenda de desenvolvimento. O que importa no pós-pandemia é o país voltar a se desenvolver”, ressaltou Baleia.
Fechando o ato, que ao final pareceu montado para sua aparição, o ex-presidente Lula fez um discurso em que, entre outras coisas, afirmou: “Esse é um 1º de Maio triste para os trabalhadores e trabalhadoras do nosso país. Um dia de luto pelas 400 mil vidas perdidas por conta do Covid-19, muitas delas porque o governo Bolsonaro se recusou a comprar as vacinas que lhe foram oferecidas. Pelos 19 milhões de brasileiros que estão passando fome, abandonados à própria sorte por esse desgoverno. Mas o que eu mais desejo é que este dia dos trabalhadores seja também um dia de esperança”.
Para a ex-presidente Dilma Rousseff, “é deliberado o desprezo do governo pela saúde do povo, é intencional a recusa do devido apoio aos desempregados e a população que vive em situação vulnerável”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saudou as organizações sindicais e falou da importância delas nesse momento “em que há muito desemprego e é urgente retomar a economia do país”.