Deputados vão acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) contra Jair Bolsonaro por ter desviado recursos do combate ao coronavírus para propaganda do governo.
Pelo menos R$ 52 milhões dos recursos que eram para ser empregados exclusivamente no combate à Covid foram destinados pelo governo Bolsonaro para autopromoção.
O valor, disponibilizado através de uma Medida Provisória, deveria ter sido gasto com peças informativas para ajudar a informar a população dos cuidados necessários para evitar o contágio. O dinheiro deveria ter sido gasto em propagandas com “o objetivo de informar à população e minimizar os impactos decorrentes da proliferação da doença”.
Entretanto, o governo Bolsonaro usou a verba para publicidade de peças que exaltam o governo Bolsonaro e sequer citam as medidas de proteção. Os documentos que mostram o desvio de recursos foram entregues à CPI da Pandemia.
Para o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da Oposição na Câmara, “desviar recursos, que deveriam ser usados para salvar vidas, para fazer propaganda do governo, é uma imoralidade e um crime”.
“Esse gravíssimo crime de responsabilidade também será acrescentado ao nosso pedido de impeachment contra Bolsonaro. Sua irresponsabilidade tem um altíssimo custo ao Brasil: quase 500 mil mortos por Covid-19”, acrescentou.
O deputado Elias Vaz (PSB-GO) conseguiu, através da Câmara, um relatório que mostra esses gastos do governo federal.
“Bolsonaro usou dinheiro público de forma irregular para promover o governo em vez de aplicar no combate à pandemia. Esse dinheiro tinha destino já definido, não poderia ser alterado”, disse.
Ao invés de pregar o distanciamento social, o uso de máscara e outras medidas de proteção, as peças da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), junto com os Ministérios da Saúde e da Economia, falam sobre o pagamento de auxílio emergencial, pagamento do FGTS e outras medidas que realizadas em 2020.