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A venda de ivermectina, um antiparasitário, da Vitamedic, cresceu 1.230% em 2020 por conta da propaganda de Jair Bolsonaro de que a droga tem efeito contra o coronavírus. As informações foram entregues pela farmacêutica à CPI da Pandemia.
Segundo a empresa, a venda cresceu de 5,7 milhões de “unidades de venda” (podendo ser caixas de 2, 4 e 500 comprimidos) para 75,8 milhões.
Junto com a cloroquina e hidroxicloroquina, a ivermectina faz parte do chamado “kit Covid-19” alardeado por Bolsonaro, falsamente, como cura para o vírus.
A CPI da Pandemia já aprovou a quebra dos sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário do presidente do grupo que controla a Vitamedic, José Alves Filho.
Outra fabricante da ivermectina, a alemã Merck, já falou publicamente que não existe nenhuma evidência científica de que o medicamento tem efeito positivo no tratamento de Covid-19.
Segundo a empresa, não há “nenhuma base científica para um efeito terapêutico potencial contra COVID-19 de estudos pré-clínicos; nenhuma evidência significativa para atividade clínica ou eficácia clínica em pacientes com COVID-19”.
A Merck mostrou ainda preocupação com a “falta de dados de segurança na maioria dos estudos”.
“Não acreditamos que os dados disponíveis suportem a segurança e eficácia da ivermectina além das doses e populações indicadas nas informações de prescrição aprovadas pela agência reguladora”, continuou.
O uso de ivermectina em pacientes com Covid não é recomendado por nenhum órgão de saúde e não há estudos que comprovem sua eficácia. Ainda assim, a Vitamedic diz que a Merck não foi científica em sua análise sobre a ivermectina.
Um aplicativo que foi lançado pelo Ministério da Saúde, na gestão do general Eduardo Pazuello, o TrateCov, recomendava para os médicos que receitassem ivermectina, junto com cloroquina, para os infectados pelo coronavírus.