“Todo aquele que pregar algum tipo de retrocesso democrático ou pregar que não haverá eleição em 2022 será apontado pelo povo e pela história como inimigo da nação”, acrescentou o presidente do Senado
O presidente do Senado, Senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), criticou, nesta sexta-feira (6), em entrevista à Globonews, os ataques de Jair Bolsonaro aos membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e suas ameaças à democracia.
“Qualquer fala sobre agir fora das da Constituição deve ser rechaçada”, disse o parlamentar respondendo ao que disse Bolsonaro na quinta-feira (5). “Já disse mais de uma vez que não concordo com esse comportamento e já me solidarizei com os alvos dessas agressões”, prosseguiu o senador, sobre as ofensas de Bolsonaro a integrantes da Corte.
“Toda a alegação de quem quer que seja que pregue a ilegalidade ou pregue uma ruptura, ou pregue algo que seja fora da Constituição, deve ser repudiada de pronto. A reação do ministro Fux, neste momento, de interromper o diálogo, está justificada em função das declarações do presidente atingindo a instituição que ele representa e a alguns ministros do Supremo”, observou o presidente do Senado.
“O Senado tem uma posição clara em defesa do estado democrático de direito. Qualquer ameaça, mínima que seja, a esse Estado democrático de direito será rechaçada pelo Senado”, afirmou Pacheco. “Em relação ao sistema eleitoral brasileiro, eu já afirmei mais de uma vez que todo aquele que pregar algum tipo de retrocesso democrático ou pregar que não haverá eleição em 2022 será apontado pelo povo e pela história como inimigo da nação”, acrescentou o senador.
“Somos a favor de eleições democráticas periódicas e não vamos admitir retrocesso quanto a isso”, reafirmou Pacheco. Para ele “não há nenhuma vulnerabilidade ou prova de fraude, de modo que nós não podemos, com base numa teoria ou discurso, modificar uma sistema eleitoral que até poucos anos atrás era motivo de orgulho para os brasileiros”.
Para o senador, a decisão da comissão especial da Câmara, que analisa o sistema eleitoral, já se posicionou majoritariamente pela manutenção do atual sistema eleitoral e isso deverá ser seguido por todos. Ou seja, “todos deverão respeitar o resultado das eleições de 2022”, afirmou Pacheco.