O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que “a gravidade dos fatos” investigados pela CPI da Pandemia “é maior que qualquer divergência” e que o relatório de Renan Calheiros (MDB-AL) será aprovado por ampla maioria.
“A gente está aqui discutindo se o presidente da República merece ser condenado a 50 ou a 150 anos. Convenhamos que não faz diferença. É um criminoso do mesmo jeito”, disse Vieira.
O senador discorda da concepção do relatório de Renan Calheiros, que imputa crimes a mais de 70 pessoas. Vieira acredita que o relatório deveria focar nos crimes cometidos pela cúpula do governo Bolsonaro na condução da pandemia.
O relatório de Renan Calheiros denunciará Jair Bolsonaro por onze crimes durante a pandemia de Covid-19, indo desde prevaricação por não ter denunciado um crime do qual foi informado, até homicídio qualificado.
Alessandro Vieira disse que lhe “parece muito claro: Jair Bolsonaro apostou na imunidade de rebanho natural. Gerou uma aceleração na pandemia e tendo como consequência, milhares de mortes”.
O relatório da CPI da Pandemia, que será apresentado na quarta-feira (20) e votado no dia 26, afirma que “a conduta do Presidente e de várias outras autoridades é, sim, passível de responsabilização, principalmente quando consideramos as mais de 600 mil vítimas inocentes, que deveriam ter sido protegidas e amparadas pelo governo federal”.
“O Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, descumprindo o seu dever legal de evitar a morte de milhares de brasileiros durante pandemia de covid-19, cometeu, por conduta omissiva penalmente relevante, homicídio doloso, em vista da sua deliberada decisão em não adquirir vacinas disponíveis contra o SARS-CoV-2 nos meses de julho de 2020 a janeiro de 2021”.
O programa Roda Viva da segunda-feira (18) também recebeu o senador Fabiano Contarato (Rede-ES). O senador também afirmou que Jair Bolsonaro cometeu crimes comuns e de responsabilidade.
“Eu acho que a CPI tinha que fazer no seu relatório um capítulo só dos crimes comuns praticados por ele, que foram muitos, os crimes de responsabilidade”, pontuou.
“O presidente da República debochou com mais de 600 mil brasileiros que vieram a óbito. Ele violou o principal bem jurídico que é a vida humana, o respeito à integridade física e à saúde. Ele disse que seria uma ‘gripezinha’, ele falou que não era coveiro, chamou de idiota quem clamava por vacina”.