O ministro da Economia, Paulo Guedes, faltou à reunião convocada por comissões da Câmara para explicar as offshores que ele mantém em paraísos fiscais com mais de US$ 9,5 milhões. O ministro não deu motivos e nem pediu outra data.
O deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira de Controle, afirmou que Guedes será reconvocado e que é dever legal do ministro comparecer.
Elias Vaz (PSB-GO), autor do pedido de convocação, informou que entrará no Ministério Público Federal (MPF) contra Paulo Guedes por não ter respeitado a convocação da Câmara.
Vaz acredita que Paulo Guedes incorreu em crime de responsabilidade e desrespeitou a Constituição.
“O ministro tem que respeitar a lei e essa Casa. Não adianta usar advogado para enviar documentação, ainda mais sigilosa, na tentativa de explicar essa empresa no Caribe. Guedes tem a obrigação de vir à Câmara dar uma satisfação não só a nós, deputados, mas ao povo, que paga o salário dele”, declarou o deputado.
A Câmara dos Deputados, através de duas comissões, convocou Paulo Guedes para prestar esclarecimento sobre suas empresas mantidas no exterior, recheada de dólares.
A reunião deveria acontecer na quarta-feira (10), mas Guedes informou, na noite de terça (9), que não iria comparecer. A avaliação dos deputados federais é que Guedes “fugiu” para não ter que se explicar.
Uma investigação internacional descobriu que Guedes mantém uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecidas por serem paraísos fiscais. A conta da empresa tem mais de US$ 9,55 milhões.
Os deputados veem conflito de interesses no fato do ministro da Economia, cujas palavras refletem no câmbio, manter milhões de dólares em paraíso fiscal.
Desde que assumiu o Ministério, Guedes já lucrou R$ 15,5 milhões com a crise econômica em que tem mergulhado o país.
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