O operador das “rachadinhas” e amigo do clã diz, no entanto, que só atingirá tal desiderato com o apoio de Bolsonaro
Fabrício Queiroz, o reconhecido operador das “rachadinhas” de Flávio Bolsonaro – de quem era assessor quando o hoje senador exercia o mandato de deputado estadual fluminense, quer ser deputado federal com o apoio do clã Bolsonaro.
Adivinhem por qual estado? Rio de Janeiro, é óbvio, onde suas práticas sombrias são bem conhecidas e, hoje, investigadas pelo Ministério Público e os órgãos policiais.
E vejam que coisa fantástica: ele se diz “independente”, não sabemos exatamente do quê, mas certamente não é da família Bolsonaro, a quem prestou muitos e valiosos serviços, conforme as denúncias que já vieram à baila.
Pois é, aquele que foi responsável pela frase “onde está Queiroz?”, que correu o país de norte a sul nos primeiros meses do governo, agora, quer não apenas ser deputado federal, mas “o mais votado do Rio”, obviamente, se a família Bolsonaro apoiar.
Aquele que foi preso na casa do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, em 2020, depois de um longo refúgio, por movimentar quase R$ 3 milhões de salários extorquidos de ex-funcionários da Assembleia Legislativa do Rio, dinheiro que era “lavado” na loja de chocolates de Flávio Bolsonaro e aplicado em imóveis, agora, quer ser deputado federal.
Essa é a ficha corrida que Queiroz apresentará aos eleitores do Rio: operador das “rachadinhas”, processado, refugiado e preso pelos fartos delitos que constam nas ações que correm na Justiça fluminense.
É com esse portfólio e o indispensável apoio dos Bolsonaro que Queiroz pretende chegar à Câmara dos Deputados, em Brasília – e sendo o mais “o mais votado” entre os eleitores do Rio.
É triste, caro leitor, mas é a realidade.
“Quem me apoia são os conservadores, várias páginas de direita que, no privado, conversam comigo, falam que eu devo vir [a ser candidato]. Então estou acreditando nisso aí e venho independente”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Se eu tiver o apoio deles [família Bolsonaro], com certeza serei o deputado mais votado do Rio de Janeiro”.
Quem são esses “conservadores” não sabemos exatamente, mas os que conversam com ele, “no privado”, arriscamos um palpite: a horda de milicianos que a partir do Rio das Pedras deram sustentação ao clã bolsonarista, deixando flagrantes suas impressões digitais nas investigações que estão em curso e que só não evoluíram em razão do fórum privilegiado que detém o senador filho do atual ocupante do Palácio do Planalto.
Aliás, por falar em fórum privilegiado, certamente a pretensão eleitoral de Queiroz tem a ver com a preocupação em conquistar a imunidade parlamentar que, por enquanto, poupa, ao arrepio do bom senso, o senador de maiores dores de cabeça com o processo das “rachadinhas”.
Queiroz tem razões de sobra para se preocupar com seu futuro a partir de 1º de janeiro de 2023, quando, por decisão do povo brasileiro e apoio dos céus, certamente, o país se livrará de vez de seu chefe e mentor político.
Advinhem, agora, o partido pelo qual o operador-mor dos Bolsonaro quer disputar as eleições? Acertou quem pensou no PTB, hoje, uma verdadeira pocilga bolsonarista, mesmo depois do afastamento do presidiário Roberto Jefferson de sua presidência.
Nada mais “conservador”, de “direita” e “bolsonarista”, talvez, mais do que o próprio PL ao qual, por conveniência política, Bolsonaro se filiou.
Nada mais retrógado do ponto de vista do interesse do país e do povo, não tendo a sigla o menor traço com o velho PTB de Getúlio, Jango e Brizola, tendo sido conspurcado até a alma, principalmente depois que aderiu escandalosamente às veredas do bolsonarismo – o mais decrépito de todos os governos que passaram pela República.
MAC
olha aí, os eleitores cariocas é que vão conceder o habeas corpus “vitalício” para o miliciano queiroz.
Uai, e ele vai ser eleito?