No episódio de Meia Noite em Pequim da TV Grabois desta semana, o pesquisador e escritor Elias Jabbour aborda Taiwan, a assim chamada ‘província rebelde’ para onde o Kuomitang rumou após a derrota diante da revolução de 1949.
Até recentemente, as duas partes convergiam na ideia de ‘uma só China’ e inclusive durante mais de uma década foi o regime de Taiwan que ocupou a cadeira da representação da China no Conselho de Segurança da ONU. Ou seja, Taiwan é uma província chinesa, não existe um país chamado Taiwan.
Taiwan teve um enorme crescimento econômico e foi um dos fatores para que Deng Xiaoping propusesse a fórmula de “um país, dois sistemas”, com Taiwan e Hong Kong continuando sob o capitalismo por pelo menos 50 anos.
Com as “reformas” de Deng, cria-se uma zona de convergência econômica, principalmente nas regiões litorâneas, para que essa fórmula pudesse tomar forma. Atualmente, existem milhares de empresas de Taiwan na China.
Quanto à viabilização dessa reunificação, é aí que pesa a desestabilização da Ásia pelos Estados Unidos, que vendem armas a Taiwan, patrocinam um partido separatista e fazem incursões no Mar do Sul da China, ao mesmo tempo em que tentam bloquear a China no 5G e nos microchips.
Por uma coincidência do destino é em Taiwan que fica a TSMC, que tem praticamente o monopólio da tecnologia vital dos microchips, de que a China precisa para dar o grande salto.
A grande luta de classes no mundo hoje se dá em torno à tecnologia de chips de sete e nove nanômetros, que só Taiwan é capaz de produzir. A tal ponto que em sua beligerância Washington chega a afirmar que, no caso da unificação de Taiwan com a China, a primeira coisa a ser feita seria destruir a TSMC.
Elias Jabbour é professor dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Econômicas e em Relações Internacionais da UERJ.