Os trabalhadores da construção civil de São Paulo entram em greve por tempo indeterminado a partir da meia noite desta terça-feira, conforme comunicado do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP). A estimativa é que cerca de 200 obras sejam paradas, mobilizando 270 mil trabalhadores.
De acordo com a entidade, a decisão é devido à “intransigência” do sindicato que representa as empresas do setor, o Sinduscon-SP, na negociação coletiva. A categoria reivindica reposição da inflação registrada pelo INPC ao longo de um ano até a data-base de 1º de maio (1,69%), e aumento real de 2% dos rendimentos.
“Em virtude da intransigência do Sinduscon-SP nas Negociações Coletivas para o setor da Construção Civil de São Paulo e com fundamentação na lei de greve número 7.783/89, além da deliberação de sua assembleia geral, realizada no dia 29 de março de 2018, o Sintracon-SP deflagrará greve a partir da 00 hora do dia 15 de maio de 2018 por tempo indeterminado. O ato envolve aproximadamente 270 mil trabalhadores”, afirma a entidade em nota.
De acordo com o presidente do Sintracon-SP, Antonio de Sousa Ramalho, em declaração ao Grupo Estado, as empresas estão buscando negociar os novos termos diretamente com o sindicato, o que inviabilizaria uma convenção coletiva da categoria: “Não tem proposta nem para repor o INPC. Eles acham que agora é momento da flexibilização da relação de trabalho, para eles é um assunto que deveria ser resolvido entre a empresa e sindicato. Para nós, é complicado negociar com as 26 mil empresas do setor”, disse. “Estamos conversando desde fevereiro, mas não tivemos nenhum avanço”, afirmou Ramalho.