O jornalista João Franzin, coordenador da Agência Sindical, publicou uma carta, na sexta-feira (1º), direcionada ao movimento sindical que organiza, para o próximo dia 07 de abril, a terceira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat 2022), em que enfatiza a importância do combate à carestia. Para Franzin, “o grande problema do povo brasileiro hoje, especialmente da imensa maioria pobre, é a alta no custo de vida”.
No documento, o jornalista resgata os dados do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) que mostram como o aumento no custo de vida tem corroído os salários dos trabalhadores brasileiros.
“Em janeiro de 2019, a cesta básica, o gás de cozinha e o gasto com combustíveis consumiam até 75% do salário mínimo. Em janeiro de 2022, a cesta básica, o gás de cozinha e os gastos com combustíveis consomem mais de 95% do salário mínimo. A cesta básica em São Paulo, em fevereiro, custou R$ 715,65. Ou seja, a carestia voltou e voltou forte”, diz Franzin.
Para João, cabe ao movimento sindical alertar e organizar os trabalhadores assalariados no combate à carestia. “Os partidos e as lideranças populares se descuidaram” de tal modo que “essa desorientação afetou as lideranças sindicais, muitas das quais voltadas para arranjos político-eleitorais”, critica.
“O que deveriam estar fazendo os partidos progressistas e as lideranças populares? Organizando as massas empobrecidas no combate à carestia. […] A melhor maneira de defender o pobre e derrotar a direita neoliberal é por meio da denúncia firme e do combate persistente à carestia – com atos, gestos, movimentos”, defende João.
O jornalista conclui afirmando que “todo o demais fica secundário, embora os lemas da Conclat 2022 ‘Emprego, Direitos, Democracia e Vida’ sejam corretos e oportunos”.