O ex-presidente Lula (PT) afirmou que não aceita a lei do teto de gastos e defendeu sua revogação.
“Nós não aceitamos a lei do teto de gastos. Ela foi feita para garantir que os banqueiros tivessem o deles no final do ano. Nós queremos garantir que o povo tenha o seu todo dia, todo mês, todo ano”, afirmou o presidente a jornalistas da mídia independente e youtubers. As declarações de Lula aconteceram em entrevista coletiva nesta manhã, terça-feira (26).
De acordo com Lula, a lei prejudicou os investimentos sociais em educação e saúde. “Fazer política social não é gasto, é investimento”, disse o ex-presidente.
A lei foi sancionada no governo Temer em dezembro de 2016 e determina que o gasto máximo que o governo pode ter é equivalente ao Orçamento do ano anterior, corrigido apenas pela inflação.
Ele voltou a defender a criação de uma nova legislação trabalhista.
“Um grupo de empresários que, quando nós falamos em rever a reforma trabalhista, ficaram assustados. Mas nós temos que criar uma reforma trabalhista que seja adaptada à atual realidade do mundo de trabalho. […] A gente quer uma mudança na estrutura da relação patrão-empregado e capital-trabalho que seja levada em conta os direitos que a sociedade brasileira tem que ter: descanso semanal remunerado, saber quanto vai ganhar por mês, seguridade social. Tudo isso vamos ter que discutir”, afirmou o ex-presidente.
Lula falou, ainda, sobre o trabalho intermitente, criado pela lei, e a luta por direitos dos entregadores de aplicativo.
“Cada vez se ganha menos, uma informalidade muito grande. [Dizem] que entregador de aplicativo é empreendedor, Uber é empreendedor. Mas são pessoas que foram levadas a acreditar numa forma de emprego que o torna praticamente escravo de um patrão que ele não conhece”, criticou Lula.