Os servidores do Banco Central (BC) decidiram, em assembleia nesta terça-feira (5), encerrar a greve iniciada em abril, diante do fim do prazo legal para que fosse concedido reajuste salarial aos servidores.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), o movimento cumpriu com o seu papel de denunciar o descaso do governo Bolsonaro com os serviços e servidores públicos, que não recebem reajuste desde o início da atual gestão do de Bolsonaro.
“Consideramos essa decisão um grave erro do governo porque os servidores tiveram um papel importantíssimo na pandemia de proteger a sociedade, sobretudo os mais vulneráveis”, declarou ao HP Fábio Faiad, presidente do Sinal.
“Os servidores públicos federais têm um papel importante para elevar o Estado brasileiro para atender a sociedade, e a reação de negar a reposição da inflação aos servidores é um absurdo que dificulta, atrapalha o Estado brasileiro, atrapalha a atuação do Estado em defesa dos mais pobres e enfraquece a luta por um país menos desigual e mais justo. Então, consideramos um erro crasso do governo e deve ser revisto o mais rapidamente possível”, completa Faiad.
Os servidores buscaram dialogar com o governo federal desde o início do ano, reivindicando a reposição das perdas inflacionárias no salário da categoria, e a reestruturação da carreira. O movimento se intensificou quando Bolsonaro prometeu dar o reajuste apenas aos servidores da segurança pública, mas que também não passou de promessa vazia.
Sem respostas do governo, os servidores do BC decidiram entrar em greve no começo de abril, com paralisações na divulgação de índices econômicos e financeiros. Contudo, destaca o Sinal em nota, “desde o princípio, o movimento grevista ocorreu de maneira ordeira e responsável, garantindo a manutenção de serviços essenciais ao cidadão brasileiro, como o PIX”.
De acordo com o sindicato, novas atividades de mobilização e protesto em repúdio ao arrocho do governo já estão sendo debatidas se serão divulgadas e efetivadas ao longo das próximas semanas.