![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2022/07/Manguinhos-tiros.jpg)
Um ação policial em Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou ao menos seis mortos na manhã desta terça-feira (12). Segundo a nota da Polícia, policiais civis do Esquadrão Antibomba foram alvos de ataque de criminosos quando passavam pela Avenida Dom Hélder Câmara, a caminho da Cidade da Polícia. Houve reação e os agentes solicitaram reforço.
No entanto, moradores da região relatam que uma operação policial iniciada já nas primeiras horas da manhã desencadeou o conflito. Em divulgações oficiais, no entanto, não há menção a uma operação na região. Em nota, a Polícia Civil fala apenas em um ataque aos membros da equipe e o deslocamento de um grupo de apoio após o caso.
Vale registrar ainda que, apesar de não mencionar a operação, o texto curto divulgado pela polícia sobre o caso contabiliza resultados de apreensão, algo típico ao fim das incursões oficiais. Nesta terça, segundo o registro, foram apreendidas ‘pistolas, carregadores, rádios comunicadores, aparelhos de telefone celular e grande quantidade de drogas’. A quantidade de cada item não foi detalhada.
Nas redes sociais, circulam imagens de homens feridos sendo carregados na traseira de uma caminhonete supostamente da polícia. As informações até o momento também dão conta de que os seis feridos que estariam no veículo foram levados até à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos, mas não resistiram.
A identidade, idade e gênero das seis pessoas mortas ainda não foram divulgadas oficialmente. Nas imagens, no entanto, é possível ver homens negros e jovens sendo carregados no veículo.
Os dois homens presos em flagrante são Carlos Alberto de Carvalho Cesário, conhecido como “Neguinho”, de 23 anos; e Vitor Marques de Oliveira, de 30 anos.
Segundo a Polícia Civil, Carlos Alberto estava com farta quantidade de drogas e tinha um mandado de prisão preventiva em aberto por roubo majorado. Vitor também estava levando grande quantidade de entorpecentes.
Pelas informações da polícia, uma grande quantidade de drogas, ainda não contabilizadas, foram apreendidas pelos agentes. Entre elas estão crack, cocaína e maconha.
A Polícia Civil também apreendeu uma granada, seis pistolas, carregadores, munições, rádios transmissores e roupas camufladas.
A PM reforçou o patrulhamento com homens do 22º Batalhão (Maré) em várias vias da região.
A SuperVia chegou a interromper a circulação de trens na estação de Manguinhos por causa da violência. O movimento foi retomado às 11h40. Os demais trechos e extensões do ramal operam normalmente.
CAOS
Políticos locais denunciam a violência policial no caso. “Mal digerimos uma história e hoje já acordamos com relatos de mortos na comunidade de Manguinhos que foi surpreendida com uma ação do BOPE logo pela manhã. A política de extermínio da juventude favelada do bolsonarista Cláudio Castro não dá um dia de paz”, escreveu Monica Benicio, vereadora do PSOL no Rio.
Renata Souza, a líder do partido na Assembleia Legislativa do estado, também mencionou nas redes sociais a violência na ação. “Corpos ensanguentados numa picape da polícia, crianças passando ao lado de um corpo estendido no chão. O que acontece hoje na Favela de Manguinhos é um verdadeiro banho de sangue com aval do governador Claudio Castro. Mais uma chacina pra conta”, escreveu a parlamentar.