De olho nas eleições do ano que vem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), coloca em andamento uma encenação para simular um suposto afastamento do peemedebista. O expediente serve ao propósito do parlamentar de fingir que guarda distância da impopularidade do presidente. Depois ele cola de novo em Temer, a exemplo do que ocorreu à época da primeira denúncia. O mais recente capítulo da representação de Maia ocorreu na terça-feira, quando ele anunciou que não vai colocar em votação mais nenhuma MP do Palácio.
A exemplo do que ocorreu à época da primeira denúncia, às vésperas da votação da segunda denúncia contra Temer o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), coloca em andamento uma encenação para simular um suposto afastamento do peemedebista. De olho nas eleições do ano que vem, o expediente serve ao propósito do parlamentar de fingir que guarda distância da impopularidade do presidente.
O mais recente capítulo da representação ocorreu na terça-feira (10), quando Maia anunciou que não vai colocar em votação mais nenhuma medida provisória enviada pelo Palácio do Planalto.
“O Poder Executivo precisa respeitar o Parlamento. Quando a gente tem uma pauta e o governo obstrui a pauta da Casa sem um motivo claro, a gente precisa dizer o seguinte: a gente trabalha em harmonia, mas a gente quer respeito à Câmara dos Deputados”, afirmou.
A aparente irritação do presidente da Casa aconteceu no encerramento da sessão convocada para votar a MP 784, que trata dos acordos de leniência do Banco Central. Parlamentares governistas esvaziaram o plenário e iniciaram obstrução, inviabilizando a votação da medida para permitir que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) começasse a leitura do relatório da denúncia.
Maia disse que a MP não voltará à pauta da Casa até que seja analisada a proposta de emenda à Constituição (PEC), que regulamenta a tramitação desse tipo de matéria no Congresso Nacional. “Já pedi ao presidente [Temer] e reitero. As próximas medidas provisórias editadas, se elas não tiverem relevância e urgência, assim que chegarem aqui serão devolvidas ao governo”, declarou.
O presidente da Câmara também tem emitido sinais de insatisfação não apenas com o governo, mas também com o partido de Michel Temer. Ele já reclamou do assédio de peemedebistas a parlamentares do PSB que negociavam migração para o DEM e externou incomodo com o texto da reforma política apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB/RR), que seria prejudicial à sua legenda.
Nos últimos dias também recebeu uma romaria de líderes e parlamentares da base aliada com queixas ao governo. Entre os partidos que procuraram Maia, estão siglas do chamado “Centrão”, como PR, PP, PSD, além de ala do PSDB.