![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Assembleia_Correios-Reproducao.jpg)
Em campanha salarial, os trabalhadores do Correios rejeitaram a proposta de reajuste apresentada pela direção dos Correios e decretaram estado de greve.
A avaliação dos trabalhadores durante a Assembleia Geral da Campanha Salarial, realizada na quarta-feira (27), é que a proposta da empresa, de repor apenas uma parte da inflação acumulada, que está em mais de 12%, “é rebaixamento salarial” e, portanto, “uma proposta ridícula”. A empresa ofereceu apenas 20% da inflação.
Para o presidente do Sindicato, Diviza Elias Brito, “a empresa tem se recusado a negociar de verdade. Tenta empurrar com a barriga. Mas não vamos desistir. Estamos conversando com parlamentares também, porque a realidade é que sabemos que com essa direção, com esse governo não tem conversa. Sabemos que esse governo não está para brincadeira, mas, quero dizer que também não estamos”.
“A fome está assolando os trabalhadores. Todo mundo está vendo a carestia, o número de pessoas morando na rua aumentou. Estamos doando cesta básica para trabalhadores dos Correios. Esse é um tipo de situação que nunca vi em 29 anos de atuação, e estamos vendo essa situação hoje. Por isso não abrimos mão de reajuste e dos nossos direitos”, completou Diviza.
De acordo com o Sindicato, “a proposta foi mais uma provocação dos dirigentes bolsonaristas da empresa. Não repõe a inflação do período, não valoriza a categoria, não devolve nenhum direito roubado na pandemia e ainda quer tirar mais. A postura, portanto, é a mesma de anos anteriores”, afirmou a direção do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (SINTECT/SP), que reforçou o chamado “à unidade total da categoria e à organização de uma forte luta de resistência contra o governo e a direção da ECT”.
A entidade denuncia também que a direção da empresa ainda quer impor mais retrocessos, como “piorar o convênio médico e jogar a categoria nas mãos dos vorazes e desumanos planos médicos do mercado. Quer ainda piorar a cláusula do vale-alimentação, das reuniões setoriais e desmontar a comissão de acidentes de trabalho”.
Para o sindicato, a resposta da categoria só poderia ter sido não, “acompanhado da exigência de negociação séria e atendimento das reivindicações”. O sindicato cobra ainda que a direção da empresa tenha “a decência de continuar o processo negocial e não apelar à Justiça antes de ouvir os representantes dos Sindicatos, o que se recusou a fazer até agora”.