O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal (STF), atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e prorrogou por 60 dias o inquérito que investiga a fala de Jair Bolsonaro associando a vacinação contra Covid-19 a casos de Aids.
A PGR pediu o prazo “para subsidiar a análise e deliberação pela Procuradoria-Geral da República, visto que proporcionarão melhor detalhamento sobre o cenário fático e suas circunstâncias”.
A Polícia Federal já concluiu que Jair Bolsonaro cometeu incitação ao crime, por levar espectadores a descumprirem normas sanitárias estabelecidas.
Ainda estão pendentes na investigação um depoimento de Jair Bolsonaro e a coleta de informações sobre a live realizada nas redes sociais.
Segundo relatório da PF, Bolsonaro “disseminou, de forma livre, voluntária e consciente, informações que não correspondiam ao texto original de sua fonte, provocando potencialmente alarma de perigo inexistente aos espectadores”.
Em outubro de 2021, Jair Bolsonaro falou em uma transmissão ao vivo que as pessoas que tinham tomado duas doses de vacina contra Covid-19 estavam desenvolvendo Aids.
A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desmentiu o que Jair Bolsonaro falou. A intenção dele era atrapalhar a vacinação.
A delegada Lorena Lima Nascimento pediu autorização ao STF para indiciar Jair Bolsonaro e seu ajudante de ordens, tenente Mauro Cid, que participou da produção do material mentiroso que foi divulgado na live.
Alexandre de Moraes falou, quando determinou a abertura do inquérito, que “não há dúvidas de que as condutas noticiadas do Presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra a Covid-19, utilizam-se do modus operadi do esquema de disseminação de massa nas redes sociais”.
A gravação da live foi excluída pelas redes sociais por influenciar os usuários a não se vacinarem.