Presidente da Corte Eleitoral se colocou em sentido contrário ao pedido para reduzir número de urnas auditadas feito pelo TCU. Ele quer garantir a lisura do processo, contra quaisquer tentativas por parte de Bolsonaro de querer ‘melar’ o pleito
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, indeferiu pedido para reduzir o número de urnas auditadas feito pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
A parceria entre os tribunais prevê que o TCU analisará boletins — espécie de extrato dos votos — de 4.161 máquinas.
Integrantes do TCU e do TSE chegaram a afirmar ao ministro que a quantidade de urnas auditadas seria exagero e pediram que o número fosse reduzido. Nada feito.
“Vamos auditar todas”, afirmou Moraes. Para a tarefa, o TCU disponibilizará mais de 200 auditores.
PREVENÇÃO
O ministro está sendo precavido, pois o presidente da República, candidato à reeleição, não manda recado. “Se eu tiver menos de 60% dos votos, algo de anormal aconteceu no TSE”, disse Bolsonaro.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) blefou, no último domingo (18), que terá 60% dos votos em 2 de outubro e vai vencer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno nestas eleições, mesmo com quase todas as pesquisas mostrando que o ex-presidente está à frente com boa vantagem.
Segundo defendeu em entrevista ao SBT, caso as duas afirmações não se confirmem, “algo de anormal” terá acontecido no Tribunal Superior Eleitoral.
‘DATAPOVO‘
“Eu digo, se eu tiver menos de 60% dos votos, algo de anormal aconteceu no TSE, tendo em vista obviamente o “datapovo”, que você mede pela quantidade de pessoas que não só vão nos meus eventos, bem como nos recepcionam ao longo do percurso até chegar ao local do evento”, disse Bolsonaro na conversa com o canal de TV.
Assim, diante dessa esquizofrenia do presidente da República, a atitude de Moraes é mais que preventiva. É a garantia que as urnas são efetivamente confiáveis e que estão protegidas de quaisquer ameaças que possam comprometer o resultado da vontade popular no dia das eleições, em 2 de outubro.
M. V.