
Em manifestações desde o início da noite de domingo (30) mais de uma centena de países já expressaram felicitações ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e à democracia brasileira, através de declarações oficiais ou por meio das redes sociais expressando reconhecimento do processo eleitoral brasileiro
O reconhecimento da vitória de Lula veio da parte de países de todos os continentes incluindo a totalidade dos que integram o BRICS, o G-20 e a União Europeia, além de organizações regionais como a OEA.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse estar “ansiosa para trabalhar com você e enfrentar os desafios globais urgentes”.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhamon Ghebreyesus, declarou querer parcerias com Lula para “defender saúde para todos, igualdade de saúde global, acabar com a crise climática e muito mais”.
As manifestações mostram de forma contundente, o alívio da comunidade internacional ao saudar a vitória de Lula e o retorno do Brasil a importante e construtivo protagonismo internacional em favor da soberania dos povos, o que foi deixado à margem por Bolsonaro, em triste figura a bater continência à bandeira dos Estados Unidos ou envergar bonés da campanha presidencial de Trump.
O presidente chinês Xi Jinping, declarou que “atribui grande importância ao desenvolvimento das relações China-Brasil e está pronto para trabalhar com Lula para planejar e elevar conjuntamente a parceria estratégica abrangente a um nível mais alto”.
Dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou com telefone com Lula, a quem parabenizou pelas “eleições livres, justas e críveis”, e manifestou estar “ansioso para trabalhar juntos”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinalou que “os resultados das eleições confirmam a sua impressionante autoridade política”. “Eu espero que através de nossos esforços conjuntos possamos buscar o desenvolvimento de uma cooperação russo-brasileira em todas as áreas”, acrescentou.
O dirigente da África do Sul enfatizou a cooperação com o Brasil com o governo Lula: “Nossos dois países compartilham vários desafios e aspirações comuns, e cooperamos em vários níveis, incluindo BRICS [grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] e vários mecanismos nacionais, inter-regionais e globais. Também parabenizamos o povo do Brasil pela maneira bem-sucedida com que conduziram esta eleição”, compartilhou Cyril Ramaphosa na rede social.
Na Europa, manifestaram seu apreço pela vitória de Lula e da democracia, entre outros, o presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez e o primeiro-ministro de Portugal, Antonio Costa.
Manifestações como a do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, e do presidente da Argentina, Alberto Fernández, que viajou ao Brasil para parabenizar o líder recém-eleito tiveram papel relevante de respaldo e estímulo à luta em defesa da soberania e da integração latino-americana.
“Nós compartilhamos a mesma visão sobre a necessidade de integração da América Latina, sobre a necessidade de que a democracia se consolide em todo o continente, de que os processos eleitorais sejam devidamente respeitados e de crescermos em conjunto, trabalhando unidos”, declarou Fernández.
As saudações vieram de forma enfática, como disse Lula, pois prenunciam o retorno “daquele Brasil soberano, que falava de igual para igual com os países mais ricos e soberanos, e que ao mesmo tempo contribuía para o desenvolvimento dos mais pobres”. “Hoje nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta. Que o Brasil é grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária no mundo”, enfatizou o presidente eleito.
Logo nas primeiras horas, as mais expressivas e variadas lideranças das Américas, Ásia, Europa e África declararam sua confiança nas eleições, parabenizaram a vitória da democracia e projetaram o desenvolvimento das relações com o Brasil. Mesmo governos aos quais Bolsonaro fizera afagos, como o de Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, o da Arábia Saudita e o da Hungria deixaram-no isolado em sua tentativa de – por um prolongado silêncio – deslegitimar o pleito.
De acordo com Lula, é essencial que “deixem de enxergar nosso país como fonte de lucro imediato e predatório, e passem a ser nossos parceiros na retomada do crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental. Queremos um comércio internacional mais justo”. “Não nos interessam acordos comerciais que condenem nosso país ao eterno papel de exportador de commodities e matéria prima”, frisou.
Conforme a assessoria do novo presidente, há a expectativa de que uma equipe de transição ou até mesmo Lula viaje para a cúpula do G-20, em novembro na Indonésia e à conferência. O presidente Al Sissi, do Egito, já convidou Lula para a conferência climática internacional, a COP 27, a se realizar na cidade costeira egípcia de Sharm El Sheikh.
FRENTE AMPLA DO URUGUAI FELICITA O PRESIDENTE LULA
“A Frente Ampla felicita o companheiro Luiz Inácio da Silva por sua eleição como próximo presidente da República Federativa do Brasil”, inicia a declaração da coligação política uruguaia.
“Em Lula saudamos o povo brasileiro que, com seu voto, reivindicou a democracia, a esperança e o progresso frente ao autoritaritarismo, o ódio e o retrocesso bolsonarista”, prossegue a declaração da força política que governou o Uruguai por 15 anos, com Pepe Mujica como um de seus expoentes.
Destaca ainda que a vitória de Lula é também a “vitória de um amplo movimento a favor de seu país, identificado com sua institucionalidade democrática, comprometido com seu desenvolvimento econômico, social e ambientalmente sustentável”.
Por um país, prossegue o documento, “respeitoso de sua identidade e diversidade, integrado em si próprio e envolvido ativamente em sua região e com a comunidade global”.
A organização reconhece que “muitos e complexos são os desafios que deverá encarar o governo que assumirá suas funções em primeiro de janeiro de 2023”, destacando entre eles o aumento da concentração da riqueza.
Enfatiza ainda que, em que pese estes desafios, há um “presente aberto com a terceira eleição presidencial de Lula da Silva, que torna possível um futuro melhor para o povo brasileiro”.
COREIA POPULAR FELICITA LULA PELA SUA ELEIÇÃO
O líder da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Jon Un, presidente dos Assuntos Estatais do país, também enviou ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva as congratulações pela eleição no último domingo, 30 de outubro.
“Envio minhas felicitações a sua Excelência pela sua eleição como Presidente da República Federativa do Brasil. Com a firme confiança de que as relações de amizade e cooperação entre ambos países melhorarão e se fortalecerão de acordo com as exigências da época, faço votos pelo sucesso no desempenho do seu novo trabalho”, diz a mensagem assinada pelo líder norte-coreano.