“A Eletrobrás tem a memória da criação de Getúlio, tem vida na instalação por Jango e será devolvida ao povo brasileiro na reestatização exigida a Lula pelo povo brasileiro”
JOÃO VICENTE GOULART (*)
“Inserindo-se na linha de uma política esclarecida de emancipação e de desenvolvimento, a Eletrobrás, que está recebendo neste instante a sua autorização de marcha a seu grande destino, é mais um sonho – que se transforma em realidade – do gênio extraordinário e criador do Presidente Vargas, o inexcedível comandante, pioneiro de todas as grandes batalhas pela independência econômica de nossa pátria”.
Este trecho do discurso do Presidente João Goulart foi proferido na instalação de funcionamento da Eletrobrás em 11 de junho de 1962, no Palácio Laranjeiras, ou seja, há mais de 60 anos quando o povo brasileiro ganhava sua companhia estatal sonhada por Vargas.
Já em sua carta testamento, de 1954, afirmou Getúlio: “A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente”. Ou seja, há quase 70 anos atrás, quando o Presidente Getúlio queria a independência energética e soberana para o Brasil.
Depois de quatro anos da implantação da ideologia fascista pelo governo de Bolsonaro, Lula foi reconduzido como a grande esperança de reconstrução da soberania nacional, e sabiamente contando com o apoio popular, fala claramente sobre a dilapidação do patrimônio público que representou a transferência criminosa feita pelas ações de Paulo Guedes e companhia nos setores das empresas publicas entregues a iniciativa privada, em atos de lesa-pátria.
O tal de “mercado”, prontamente, através de seus vassalos da grande imprensa nacional, começa a sancionar suas redações, impondo taciturnamente a defesa criminosa da privatização, a entrega do patrimônio nacional, construído ano após ano, pelo suor e trabalho da nação brasileira.
Disse o Presidente Lula: “Em defesa da soberania e da segurança energética do Brasil, e para evitar que o governo Bolsonaro leve ainda mais nosso país à escuridão, é preciso dizer não à privatização da Eletrobrás”, afirmou Lula, já candidato em 2021.
Reconheçamos, ou melhor, reconheçam os mercadores da privataria, que Lula ganhou a eleição e não vai trair suas propostas, vai fazer o que veio para fazer, o que é necessário denunciar e o que é necessário combater, quando diz que privatizar a Eletrobrás é “entregar de bandeja” esse patrimônio duramente construído pelo povo brasileiro. “É permitir que interesses privados passem a controlar as barragens e as vazões das águas, bem como o acesso a importantes fontes hídricas do nosso país”, afirmou.
“A Eletrobrás é a maior empresa de energia da América Latina. São 48 usinas hidrelétricas, 62 eólicas, 12 termelétricas, duas termonucleares e uma solar. Além de mais de 70 mil quilômetros de linhas de transmissão, suficientes para dar uma volta e meia ao redor da Terra”, disse Lula.
A Eletrobrás tem a memória da criação de Getúlio, tem vida na instalação por Jango e será devolvida ao povo brasileiro na reestatização exigida a Lula pelo povo brasileiro.
(*) Presidente do IPG – Instituto João Goulart