As Centrais Sindicais voltam a ocupar a frente da sede do Banco Central (BC), amanhã (21), na Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto contra a alta taxa dos juros, atualmente em 13,75%. Nesta terça-feira ocorre a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que irá anunciar a nova taxa de juros do país.
“A tragédia econômica e social, a carestia dos alimentos, o alto custo de vida já não comporta mais uma política de juros escorchante. Precisamos quebrar uma autonomia que foi destinada a uma banca tão somente para satisfazer o grande capital, o rentismo e os especuladores de plantão”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo.
A taxa de juros do BC tem sido motivo de críticas do próprio presidente Lula, que defendeu publicamente a diminuição da taxa. “Concordamos com o presidente Lula. É um absurdo, hoje, o Brasil ter os maiores juros do mundo. É uma coisa inadmissível num país que está passando por um processo de voltar a crescer, se desenvolver. Isso impede investimento, que a gente volte a patamares mínimos de investimento e desenvolvimento”, diz Miguel Torres, presidente da Força Sindical.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, “todos devem ir às ruas nesta terça-feira”. “Os protestos são fundamentais para pressionar a direção do BC, comandada por Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro (PL), a baixar os juros que estão travando o crescimento econômico, impedindo a geração de empregos”.
“Todo mundo tem um amigo, um parente desempregado e essa penúria que o trabalhador vem passando tem tudo a ver com os juros altos que impedem as empresas de investir e o próprio governo de promover programas sociais e fazer obras como abrir novas estradas, consertar as que precisam de reparos, entre outras que geram milhares de empregos”, afirmou o sindicalista.
Segundo as centrais sindicais, a “autonomia” do Banco Central, aprovada em 2021 pelo governo Bolsonaro, é uma farsa, pois a instituição atende aos interesses dos rentistas do mercado financeiro. As entidades denunciam, ainda, que, por ser aliado do ex-presidente, “o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, possui baixo comprometimento com o governo Lula, podendo, até mesmo, tomar decisões desfavoráveis à economia do Brasil” e, por isso, também pedem a sua saída do banco.
Os atos, que também ocorrerão em outros estados, estão sendo organizados pela Força Sindical, CTB, UGT, CSB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical, A Pública -, além dos movimentos populares – Povo Sem Medo (PSM) e Frente Brasil Popular (FBP). Na Paulista, a manifestação acontece a partir das 11h.