Lula comemora e defende participação de mais países na governança global. Ele foi à China e obteve investimentos de R$ 50 bi, e nos Emirados Árabes, R$ 12,5 bi
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em entrevista coletiva em Abu Dhabi, nos EAU (Emirados Árabes Unidos), o fortalecimento de governança global que amplie a representatividade de países em espaços de diálogo internacional.
“Não quero criar movimento separado do G7. O G7 não depende do Brasil para existir”, declarou Lula em entrevista coletiva na manhã deste domingo (16).
Para o brasileiro, bloco mais amplo de países, a exemplo do G20, deve ser responsável por discutir temas da ordem do dia, como paz entre as nações; meio ambiente; temas econômicos, como inflação e juros; violência; discurso de ódio nas redes digitais; e fortalecimento da democracia.
Depois de 4 anos isolado do mundo, em razão da ausência de política externa na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil volta ao cenário internacional com pompa e circunstância sob Lula.
PROTAGONISMO EM TEMAS GLOBAIS
“Quando criamos o G20, foi porque o G7 tinha entendido que ele já não tinha o tamanho necessário para discutir a crise de 2008”, pontuou.
Lula disse ainda que o Brasil quer ser protagonista em temas globais. “Eu respeito todos os países, todas as reuniões que cada um quiser fazer, respeito a autodeterminação dos povos, mas o que quero dizer é que o Brasil tem pensamento próprio e quer voltar a ser ator protagonista de muita influência, sobretudo, nessa questão do clima”, disse Lula.
“Poucas nações têm autoridade política e moral para discutir isso”, apontou.
ACORDOS BILIONÁRIOS
Lula, que retorna na noite deste domingo (16) ao Brasil, destacou que a viagem à China representou acordos que somam R$ 50 bilhões.
Nos Emirados Árabes, foram negociados investimentos da ordem de R$ 12,5 bilhões.
“Em maio, vamos discutir com governadores brasileiros as principais obras no país. E queremos apresentar essas obras a outros países para que empresários que quiserem investir no Brasil tenham opção certa de investimento”, destacou.
E completou: “O Brasil é um país que tem estabilidade jurídica, estabilidade política e vai se transformar num país de estabilidade econômica. Somos um governo que tem credibilidade na sociedade e com outros países do mundo. Nós garantimos a estabilidade social no país e somos um governo de muita previsibilidade.”
NEGOCIAÇÃO PELA PAZ
Lula voltou a defender a negociação da paz entre Rússia e Ucrânia com a reunião de países neutros. “Agora o que estamos tentando construir é um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não quer a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia”, resumiu.
“Mas também temos que ter em conta que é preciso conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia”, afirmou. Lula disse ainda que pretende envolver países da América Latina.
EXTRADIÇÃO DE THIAGO BRENNAND
Ao ser questionado, o presidente confirmou a extradição de Thiago Brennand, criminoso acusado de agressão contra mulheres, além de possuir armas ilegais.
Lula afirmou ainda que o tema não foi tratado oficialmente com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos.
“Eu fiquei sabendo que os Emirados Árabes vão fazer a extradição. Quando ela vai acontecer é uma questão da Justiça. A única coisa que eu sei é que se no mundo existir um milhão de cidadãos como este todos merecem ser punidos. Não é aceitável que um brutamonte desses seja agressor de mulheres. Acho que ele tem que pagar”, defendeu.