O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o vândalo Antônio Cláudio Alves Ferreira, que foi filmado arrebentando um relógio do século 17 no Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, deverá permanecer preso.
O bolsonarista está preso preventivamente desde o dia 23 de janeiro.
Na avaliação do ministro, “a restrição da liberdade do acusado é medida imprescindível também para a identificação das demais pessoas que participaram dos atos criminosos”, seja na invasão, na convocação ou no financiamento do atentado golpista.
Além disso, a prisão é necessária para a “garantia de ordem pública”, por conta do “somatório das penas decorrentes das imputações formuladas em desfavor do réu”.
Antônio Cláudio Alves Ferreira virou réu, por decisão do STF, pelos crimes de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo e deterioração de patrimônio tombado.
Ele participou da invasão às sedes dos três Poderes da República no dia 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro tentaram criar condições para um golpe contra a democracia e tirar Lula da Presidência.
No Palácio do Planalto, o criminoso foi filmado por uma câmera de segurança jogando no chão um relógio do século 17 que foi dado pela Corte Francesa para Dom João VI. O objeto foi produzido por Balthazar Martinot, então relojoeiro do rei da França, Luís XIV.
Ele ainda tentou quebrar, usando dois extintores de incêndio, a câmera de segurança, mas não conseguiu.
Antônio Cláudio usava uma camiseta preta com o rosto de Jair Bolsonaro estampado.
Seu apoio ao ex-presidente era tão explícito que os aliados de Bolsonaro chegaram a dizer que Antônio Cláudio era um agente infiltrado, o que é mentira.
Depois do ataque terrorista, Antônio Cláudio Alves Ferreira conseguiu fugir, até que foi preso, no dia 23 de janeiro, em Uberlândia, Minas Gerais. Em seu depoimento à PF, o bolsonarista ficou em silêncio.
1.380 pessoas que foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República por participação direta ou incitação ao ataque de 8 de janeiro agora são rés e respondem por seus crimes no STF.