Os trabalhadores metalúrgicos das unidades da General Motors (GM) em São Paulo recusaram, na última terça-feira (19), a proposta de Plano de Demissão Voluntária (PDV) apresentada pela empresa.
A montadora afirma que o cenário das vendas de carros no país obriga a empresa a fazer “ajustes” em suas capacidades produtivas e adaptar a operação ao tamanho do mercado.
De acordo com a Agência AutoData, a GM afirma que a alta da taxa de juros é o principal determinante da retração da demanda e afirma que não há previsão de melhora, inclusive, para 2024. A companhia tem aplicado medidas como layoff, férias coletivas e days-off para tentar “adequar” a produção ao atual tamanho do mercado.
Para David Martins de Carvalho, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi das Cruzes – onde o layoff de cinco meses está em vigor com possibilidade de prorrogação por mais cinco meses –, “o PDV é péssimo se comparado com outros que já discutimos e também na comparação com os programas de outras montadoras”.
Em São José dos Campos, os metalúrgicos também rejeitaram a proposta. Segundo o secretário-geral do sindicato, Renato Almeida, foi um dos mais baixos oferecidos no país. “Todos os funcionários recusaram, não houve nenhum voto favorável”, relatou.
Em 2019, a GM recebeu isenções fiscais que, conforme a companhia à época, foram fundamentais para garantir um investimento de R$ 10 bilhões nas fábricas paulistas. O IncentivAuto, nome dado ao programa, foi criado para atender especialmente à GM, que meses antes acionou o governo para informar a decisão da matriz de fechar suas fábricas paulistas. Além de São Paulo, a multinacional também possui fábrica de automóveis em Gravataí (RS) e de motores em Joinville (SC).