Após 4 horas de paralisação na manhã desta terça-feira (3), os metalúrgicos da Embraer em São José dos Campos (SP), pressionados pela presença da Polícia Militar e de seguranças da empresa que filmavam os grevistas, voltaram ao trabalho por volta das 9 horas.
A paralisação havia começado às 5 horas, após uma assembleia na porta da fábrica que rejeitou a proposta da empresa, que oferece apenas reposição da inflação aos salários, de 4,06%, e redução de direitos.
Os trabalhadores reivindicam reajuste acima da inflação e renovação da convenção coletiva. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a empresa quer ainda reduzir a estabilidade no emprego para 21 meses em caso de doença ocupacional e para 60 meses em caso de acidentes de trabalho, que atualmente é até a aposentadoria em ambas as situações.
“Já são seis anos que os salários não têm aumento real e direitos renovados. Esta é uma situação lamentável para uma empresa de aviação, que recebe dinheiro público e não respeita os direitos dos seus funcionários. A greve iniciada hoje mostra a total insatisfação dos trabalhadores com a empresa”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.
Ele afirma que “o aviso de que haveria greve na Embraer foi dado no dia 26 de setembro, mas mesmo assim não houve melhoria na proposta patronal”.
Como a empresa se recusa a assinar a convenção coletiva, o Sindicato enviou na manhã de hoje ofício ao presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, solicitando reunião sobre a necessidade de se bloquear financiamento para empresas que não tenham convenção coletiva assinada com sindicatos, como é o caso da Embraer.
A paralisação dos trabalhadores da Embraer aconteceu no mesmo dia em que uma série de protestos acontecem em São Paulo, contra os planos de privatizações do governador Tarcísio de Freitas, com paralisações dos funcionários do Metrô, Sabesp e CPTM.