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As tropas de Netanyahu cometeram, nesta segunda-feira (18), mais um ataque contra o hospital Al Shifa, o maior centro de saúde da Faixa de Gaza (ainda funcionando parcialmente após o ataque anterior), denunciou o Ministério da Saúde palestino.
O ataque que Israel chama de “precisão” atua com cerco militar e abertura de fogo contra o hospital e foi qualificado pelas autoridades palestinas como um “massacre contra os doentes, feridos, deslocados e pessoal médico”.
“É uma verdadeira tragédia e um ataque às instituições de saúde que viola todas as leis e normas internacionais”, afirmam as autoridades locais de saúde, enfatizando que os agressores israelenses usam tanques atingindo o hospital e região vizinha.
Esta é a segunda vez que Israel ataca o hospital Al Shifa, a primeira vez foi em novembro, quando o manteve cercado durante mais de dez dias e ordenou a evacuação de milhares de feridos e doentes que não tinham para onde ir.
Desta vez, já foram presos e enviados para interrogatório 150 palestinos.
Durante este ataque, foram informados casos de asfixia entre mulheres e crianças deslocadas devido ao incêndio provocado pelas forças israelenses em meio ao cerco ao hospital.
ESPANCAM EQUIPE DO AL JAZEERA
As forças militares israelenses espancaram o correspondente da Al-Jazeera, Ismail Al-Ghoul, antes de o prender no interior do Complexo Médico. Ele, toda sua equipe e cerca de 150 pessoas, incluindo médicos, foram agredidos e levados para um local não informado.
Citando testemunhas oculares, a Al-Jazeera informou que o exército israelense espancou severamente al-Ghoul antes de detê-lo enquanto ele estava no trabalho.
As forças israelenses também teriam destruído os veículos de transmissão pertencentes às equipes de imprensa no Hospital Al-Shifa.
Fontes médicas palestinas assinalaram que as primeiras mortes foram registradas desde as 2h do dia e relataram que os civis que tentam se aproximar do centro de saúde são atacados por franco-atiradores e drones.
Denunciaram ainda que as tropas israelenses forçaram centenas de famílias a fugir das instalações médicas a oeste da Cidade de Gaza, razão pela qual apelaram às organizações internacionais para irem a Al Shifa para proteger o hospital, de importância fundamental para a população civil da região.
O número de mortos palestinos na ofensiva mortal de Israel contra a Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023 aumentou agora para 31.726, confirmaram fontes médicas.
Eles disseram que pelo menos 73.792 outras pessoas ficaram feridas no ataque.
DESNUTRIÇÃO SE DUPLICA ENTRE AS CRIANÇAS NO ÚLTIMO MÊS
Por sua vez, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em comunicado de imprensa divulgado no sábado (16), detalhou como a desnutrição aguda duplicou-se em menores no último mês, especialmente no norte do enclave, sujeito à agressão israelense durante mais de cinco meses.
Segundo relatórios desta organização, uma em cada três crianças com menos de dois anos de idade sofre de desnutrição aguda naquela área, o que representa um aumento surpreendente em comparação com os 15,6 por cento de janeiro passado (uma em cada seis crianças).
Este fenômeno se espalha muito rapidamente e atinge níveis devastadores, sem precedentes na Faixa, devido aos efeitos generalizados da guerra e às contínuas restrições à entrega de ajuda por parte da dos ocupantes.