Os palestinos condenam a resolução de Trump de cortar toda contribuição norte-americana à Agência das Nações Unidas para Apoio e Serviços aos Refugiados Palestinos (UNRWA, sigla em inglês). Segundo o comissário-geral da UNRWA, Pierre Krähenbühl, o corte (de um terço do orçamento de US$ 1 bilhão/ ano, ou 360 milhões de dólares) significa que escolas, hospitais, remédios, cestas básicas, apoio a obtenção de água e outras atenções básicas a 5,3 milhões de refugiados espalhados pela Faixa de Gaza, Cisjordânia e na diáspora da Síria, Líbano e Jordânia está sob risco.
A UNRWA foi criada em 1949, pouco mais de um ano da fundação do Estado de Israel, cujos líderes apoiados na resolução da ONU que partilhava a Palestina entre árabes e judeus ali residentes, provocaram – com assassinatos terroristas – um êxodo de 800 mil palestinos para obtenção de maioria judaica , uma limpeza étnica seguida da usurpação de terras milenarmente pertencentes a famílias palestinas.
A UNRWA foi criada em paralelo à Resolução 194 que exigia a permissão de retorno dos palestinos a seus lares e terras a partir da declaração de armistício entre o recém-criado Estado de Israel e os países árabes, que solidários aos palestinos desterrados, negavam-se a aceitar a partilha.
Israel desacatou a resolução da ONU e adotou medidas contrárias: permaneceu fechada aos palestinos que expulsara e aberta a judeus do mundo inteiro que passavam a ter cidadania assim que manifestassem o desejo de “retornar” a Israel, enquanto que aos verdadeiros nativos tal retorno era vedado. A atitude dos EUA (que, como disse a direção da OLP, se associa à ocupação israelense dos territórios palestinos) é injusta pois cessa apoio a refugiados necessitados enquanto despacha mais de 3 bilhões em armas e logística militar ao regime israelense de apartheid.