Senado aprova por 83 a 12 a chamada Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA) destinando R$ 5,5 trilhões ao Pentágono para 2025. Bernie Sanders está entre os 12 senadores que votaram contra
O senador Bernie Sanders ridicularizou seus colegas que alegam ser “muito caro” para o governo federal tomar medidas que combatam crises crônicas como a da habitação e da saúde e, ao mesmo tempo, fortalecer um orçamento militar de trilhões anuais. Em discurso na última segunda-feira (16), o senador defendeu que “é hora de prestar atenção às necessidades das famílias trabalhadoras” e “de dizer ao complexo militar-industrial que ele não pode ter tudo o que quer”.
“Acho engraçado que sempre que vamos ao plenário e os membros apontam que temos uma crise imobiliária, que temos mais de 600 mil americanos sem-teto, que temos milhões e milhões de pessoas neste país gastando 40, 50, 60% de suas limitadas em aluguéis e que precisamos investir em moradias populares e acessíveis, o que ouço é: ‘Não temos dinheiro’”, afirmou Sanders no plenário do Senado.
“Quando falamos sobre aumentar os benefícios da Previdência Social”, explicou o senador, disse que escuta dos parlamentares: ‘nós simplesmente não podemos pagar por isso, simplesmente não podemos pagar para expandir o Medicare para cobrir odontologia, audição ou visão. Nós simplesmente não podemos pagar para tornar o ensino superior acessível’”. “É isso que eu ouço todo santo dia. Quando há um esforço para melhorar a vida da classe trabalhadora deste país, eu ouço, ‘Não, não, não, nós não podemos pagar por isso”.
“Mas quando se trata do complexo militar-industrial e suas necessidades, o que ouvimos é ‘sim, sim, sim’ quase sem debate”, protestou o senador.
DINHEIRAMA LOBISTA PARA ELEGER AGENTES DO COMPLEXO INDUSTRIAL-MILITAR
E esta política de cofres escancarados à indústria bélica e seus lobistas tem sua razão, advertiu o senador, pois “faz milhões em contribuições de campanha, nós damos a eles o que eles querem, apesar das esmagadoras evidências de desperdício e fraude”.
A intervenção de Sanders no plenário ocorreu pouco antes de Republicanos e Democratas aprovarem por 83 a 12 a Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA) destinando US$ 895 bilhões (R$ 5,5 trilhões) ao Pentágono para o ano fiscal de 2025. Ele estava entre os doze senadores que votaram contra e também alertou para a incapacidade dos recursos não passarem por auditoria.
O líder ddemocrata no Senado, Mitch McConnell, acompanhou o lobby belicista ao vibrar com a prioridade aos gastos militares em detrimento de programas sociais, e foi além, sustentou que os recursos drenados para sustentar a guerra e as intervenções nos demais países “não são nem de longe suficientes”. Diante disso, solicitou que o novo governo Trump se “comprometa com um aumento significativo e sustentado nestes gastos”.
Conforme o National Priorities Project (Projeto de Prioridades Nacionais), o financiamento militarizado – como o orçamento do Pentágono, a ajuda militar estrangeira e os programas de armas nucleares – já representa quase dois terços de todos os gastos discricionários federais, resultando em “subinvestimento consistente nas necessidades humanas”.