
Pretexto usado para a medida ditatorial é que as manifestações contra os crimes de lesa-humanidade cometidos pelo governo de Netanyahu são atos “antissemitas”
“Todo o financiamento federal será interrompido para qualquer faculdade, escola ou universidade que permita protestos ilegais”, ameaçou Trump, numa publicação na sua plataforma de redes sociais Truth Social na terça-feira, logo a seguir ameaçou encerrar contratos que o governo tem com a Universidade de Columbia no valor de mais de 50 milhões de dólares, qualificando as manifestações de solidariedade ao povo palestino de “anti-semitismo”.
Ele disse ainda que no caso de estudantes estrangeiros visitantes, os tais “agitadores” serão presos ou enviados de volta permanentemente para o país de onde vieram, acrescentando que “os estudantes norte-americanos serão expulsos permanentemente ou, dependendo do crime, presos”, ao designar os atos de repúdio aos crimes em Gaza de “ilegais”.
ESTUDANTES APRESENTARAM AÇÕES JUDICIAIS
Grupos de direitos humanos e acadêmicos afirmaram que essas declarações violam os direitos constitucionais à liberdade de expressão, enquanto os meios de comunicação locais informaram que três estudantes apresentaram ações judiciais contra a Universidade de Columbia após terem sido suspensos por participarem em protestos contra a sangrenta guerra de Israel em Gaza.
A ameaça de prender os estudantes anti-Israel revela a falsidade das declarações de Trump de que sua intenção era “acabar com toda a censura governamental” e “devolver a liberdade de expressão à América”, feitas durante o seu discurso inaugural.
Durante o último ano letivo, a polícia dos EUA deteve mais de 3.000 estudantes, professores e funcionários após acusar os ativistas envolvidos de “anti-semitismo” e “terrorismo”, e os administradores escolares ameaçaram alguns líderes do protesto com suspensão e liberdade condicional acadêmica.
PRESENÇA DO EX-PREMIÊ, CRIMINOSO NAFTALI BENNETT É RECHAÇADA
Centenas de manifestantes se reuniram, na terça-feira (04), na entrada da Universidade de Columbia

para rejeitar um discurso programado do ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett nas universidades de Columbia e Harvard, na cidade de Nova Iorque.
“A decisão de acolher um homem com uma historia tão violenta e abertamente discriminatória envia uma mensagem de que a universidade valoriza algumas vozes por cima de outras”, disse em comunicado um porta-voz da Coligação de Solidariedade com a Palestina de Columbia, uma das organizações que participou no protesto.
“Expulsem os criminosos de guerra do campus”, “Libertem a Palestina” e “O sionismo não nos mantém seguros” diziam os cartazes que os manifestantes seguravam, agitando muitas bandeiras da Palestina.
A organização Columbia Palestine Solidarity Coalition divulgou fala de Bennett dizendo em 2013: “Eu matei muitos árabes ao longo da minha vida e não tenho problema com isso”.
Já em 2018, quando era ministro da Educação, disse que o exército deveria atirar em crianças que atravessassem a cerca na fronteira com Gaza, arrematando: “Não são crianças, são terroristas”.