
Mudança já vinha sendo sinalizada. Governadora busca aproximação com presidente Lula. PSDB busca fusão
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, eleita em 2022, vai se filiar ao PSD. Ela deixa o ninho tucano e enfraquece mais ainda o PSDB. A cerimônia de filiação deve ocorrer na próxima segunda-feira (10), no Recife, segundo o jornal Valor.
Lyra já vinha dialogando com o PSD, de Gilberto Kassab, e a filiação foi confirmada dia 25 de fevereiro.
Eleita pelo PSDB em 2022, a governadora já havia mostrado incômodo com a postura do partido tucano em relação ao governo federal e admitido a possibilidade de deixar a sigla, em função do oposicionismo ao governo comandado por Lula (PT).
Em meados de fevereiro, o núcleo nacional do PSDB admitiu que poderia perder Raquel Lyra caso não houvesse avanços na reestruturação do partido nos próximos meses.
Em 2022, o partido elegeu também Eduardo Riedel ao governo do Estado do Mato Grosso do Sul. Todavia, ele é mais alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vem sendo procurado justamente pelo PL para possível migração. Outro integrante da legenda, Eduardo Leite (RS), foi reconduzido pafra um 2º mandato ao Palácio do Piratini.
FUSÃO OU INCORPORAÇÃO
Diante do contínuo enfraquecimento, o PSDB tem conduzido estudos para avaliar possível fusão ou incorporação com outra legenda. A ideia é que o processo seja concluído ainda este ano.
Nesse processo, o PSDB tem dialogado com o PSD e o MDB. As discussões estão mais avançadas com o partido de Gilberto Kassab. O presidente nacional dos tucanos, Marconi Perillo, afirmou que “a primeira premissa é que o PSDB vai continuar como partido”. Mas isso é pouquíssimo provável.
“Agora, é claro que estamos estudando o que fazer. De repente, a gente pode fazer uma fusão, resguardando o nosso programa, o nosso legado e os nossos princípios. Isso a gente vai discutir nos próximos meses, não há pressa”, disse Perillo.
ENFRAQUECIMENTO
Outrora partido antagonista do PT no plano nacional, o PSDB desabou em 2018, quando não conseguiu nem chegar ao segundo turno das eleições presidenciais.
No Congresso não é diferente. Nas eleições de 2022, elegeu 22 deputados federais e hoje tem 13. Em 2018, foram 30 eleitos. Hoje, o PSDB é considerado partido pequeno e sem força nacional.
Para o Senado, o PSDB elegeu apenas 1 candidato em 2018, quando estavam em disputa 2 cadeiras por Estado. Em 2022, quando se renovou 1/3 da Casa, com 1 cadeira em disputa nos 26 Estados e o Distrito Federal, o partido não elegeu ninguém.
Atualmente, o PSDB conta com apenas 3 senadores: Plínio Valério (AM), eleito em 2018; Oriovisto Guimarães (PR), eleito em 2018, originário do Podemos; e Styvenson Valentim (RN), eleito em 2018, originário do Podemos. Eles migraram para o ninho tucano neste ano.