
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e os sindicatos filiados estão convocando assembleias com indicativo de uma greve nacional de 24 horas, no dia 26 de março, “para barrar o movimento crescente e autoritário de ataques aos direitos coletivos, de desrespeito aos fóruns de negociação e de guerrilha jurídica da Petrobrás contra os trabalhadores”.
As entidades denunciam arbitrariedades cometidas pela atual presidente da empresa, Magda Chambriard, que penaliza os trabalhadores e “sacrifica” o papel que deveria ser cumprido pela Petrobrás no desenvolvimento do país.
“É inadmissível que em um governo de reconstrução da estatal, a diretoria da empresa intensifique a política de superdividendos herdada do governo Bolsonaro, distribuindo o equivalente a 207% do lucro aos acionistas privados. Um percentual recorde, jamais praticado na história da Petrobrás, que sacrifica o projeto de desenvolvimento nacional”, afirma a FUP.
A federação acusa ainda a direção da empresa de afrontar a categoria, “ao querer reduzir em 30% a PLR em relação ao que foi apresentado aos trabalhadores nos simuladores, em dezembro, durante uma mesa de negociação em que faltou transparência e boa-fé negocial por parte da empresa”.
Além disso, a entidades consideram inaceitável “a intransigência da gestão Magda ao insistir em reduzir os dias de teletrabalho”. De acordo com a FUP, isso atropela os fóruns de negociação coletiva, “o que é um retrocesso na retomada do diálogo que havia sido rompido no governo Bolsonaro”.
Segundo a FUP e os sindicatos, “o que está em curso é a tentativa de enfraquecimento dos fóruns de negociação coletiva, em pleno processo de reconstrução dos Sistema Petrobrás e dos direitos da categoria que foram atacados no período de desmonte da empresa”.
“O movimento da gestão da Petrobrás deveria ser o oposto, pois sempre que a nossa estatal esteve sob ataque e risco de privatizações, foram os trabalhadores e trabalhadoras que estiveram na linha de frente da defesa da empresa e da soberania nacional. Não por acaso, o fortalecimento dos direitos coletivos ocorreu em períodos de crescimento do Sistema Petrobrás, com exceção da ditadura civil militar”, afirma a Federação.